De uns tempos para cá, muito tem se falado sobre um caso de fair play financeiro. Ele nada mais é do que uma forma de controlar os gastos, preservar uma boa saúde financeira dos clubes e parar de investir mais dinheiro do que se consegue arrecadar.
O caso mais recente que aconteceu é do time inglês, Manchester City, dos brasileiros Fernandinho e Gabriel Jesus. E também do técnico espanhol, Pep Guardiola.
O que aconteceu é o seguinte: após ser punido por 2 anos da maior competição de clubes do mundo, a Liga dos Campeões (Champions League), o time conseguiu reverter a situação e está apto para a disputa do torneio na próxima temporada.
Para entender melhor como funcionam as regras do fair play financeiro, considere que a gente já fez uma matéria onde explicamos tudo que precisa saber sobre o assunto. Agora, neste conteúdo, vamos falar do Manchester City, continue lendo e descubra a história completa.
Entenda o caso do Manchester City
Esse caso de fair play financeiro começou em fevereiro, quando o Manchester City foi punido pela UEFA (União das Associações Europeias de Futebol) com a proibição de disputar a Liga dos Campeões.
Isso além de uma multa de 30 milhões de euros por não respeitar as regras estabelecidas pelo fair play financeiro. Com isso, o clube identificou várias violações. Entre elas, uma tentativa de burlar receitas conseguidas em forma de patrocínio entre os anos de 2012 a 2016.
Tudo começou por causa de uma investigação que vazou documentos que supostamente mostravam o ato ilícito. A publicação foi feita na revista alemã Der Spiegel.
Os documentos diziam que o dono do Manchester City, o sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan, usou o patrocínio da companhia aérea Etihad, que eram 67,5 milhões de libras por ano, com a intenção de prover recurso para o estádio e as categorias de base do time.
No entanto, a maior fatia desse total vinha da empresa do sheik, o Abu Dhabi United Group. Ao passo que somente 8 milhões de libras eram respectivas do Etihad. Foi constatada, então, uma fraude para inflar as cotas de patrocínio.
Um prejuízo direto e indireto
De fato, a punição geraria um grande prejuízo ao Manchester City, pois de acordo com o relatório financeiro oferecido pela Uefa, o time ganhou 93,254 milhões de euros por participar da Liga dos Campeões de 2018/19, o que representaria 15% dos gastos do time no ano.
Além disso, a não participação causaria uma menor arrecadação mediante aos patrocinadores. Afinal, o produto deles estaria menos exposto no mercado. Logo, não há dúvidas dos problemas que isso causaria.
Isso iria refletir até na montagem do elenco e na permanência de jogadores, pois seria mais difícil manter um time competitivo sem o incentivo de jogar a Liga dos Campeões. Assim como o time, os atletas também teriam suas visibilidades reduzidas, sendo desvalorizados no mercado futebolístico.
A decisão revertida: Manchester inocentado
O Manchester City entrou com recurso. Após essa decisão e depois de 5 meses, em julho, recebeu uma decisão favorável por parte da Corte Arbitral do Esporte (CAS), de que poderia disputar a Liga dos Campeões.
E ainda, conseguiu com que a multa fosse reduzida de 30 milhões euros para 10 milhões.
O colegiado interpretou que grande parte daquelas acusações sobre as violações que foram expostas pela Câmara Adjudicatória do CFCB não eram suficientes para que o clube fosse punido com a exclusão na competição internacional.
Maiores esclarecimentos serão dados posteriormente, afirmou o clube. Essa decisão impactou diretamente em outros times ingleses que ainda brigam por 2 vagas na Champions League. Liverpool, o campeão inglês e o City vice, têm suas vagas asseguradas.
A disputada para ver quem se classifica se intensifica rodada a rodada entre Manchester United, Chelsea, Leicester, Wolverhampton, Sheffield United, Tottenham, Arsenal e Burnley. Caso a punição continuasse a mesma, todos esses clubes disputariam 3 vagas.
O Milan, da Itália, não teve a mesma sorte
O segundo maior campeão da Liga dos Campeões, o italiano Milan, não teve essa mesma sorte e foi punido por desrespeitar o fair play financeiro. Dessa forma, não está disputando outra competição europeia, a Liga Europa, que ainda não retornou a disputa, por conta da pandemia.
Na temporada 2017/2018, o time rossonero torrou mais de 200 milhões de euros na compra de novos atletas, precisando até fazer um empréstimo para o fundo de investimentos norte-americano Elliot.
A Uefa acabou investigando esses valores e acabou punindo com o impedimento de participar de competições europeias nas 2 temporadas seguintes. Como a vaga que estava garantida era para jogar a Liga Europa, de 2018/2019, não foi permitida sua classificação.
A punição acaba agora, para a próxima temporada. Assim, o Milan está livre para participar das competições, isso se conseguir se classificar, o que não está acontecendo no momento, devido a sua 7ª colocação no campeonato nacional.