Parecia não haver dúvidas de que aplicar recursos em fundos de investimentos imobiliários (FIIs) era mais vantajoso do que comprar um imóvel físico. Mas, com a taxa de juros baixa, será que isso mudou? Vamos ver o que é melhor: comprar imóvel ou investir em fundo imobiliário hoje em dia – com a Selic na casa dos 2%.
E já podemos adiantar uma coisa bem interessante para esse começo de matéria: comprar imóveis continua sendo uma tradição aqui no Brasil. Pode ser para morar ou para investir. A gente sempre encontra aquela pessoa que tem a casa própria como principal sonho de consumo. Se for para alugar, melhor ainda.
Mas, ao mesmo tempo, também temos uma notícia contrária: o número de investidores em FIIs cresceu muito nos últimos meses, chegando a 900 mil no país. Então, esse estudo é uma ótima forma de refletir, não acha? Para isso, a gente não encontrou outra forma de fazer a não ser para citar os prós e contras de cada um deles.
Só que a gente vai fazer isso diferente. A gente pensou em citar aqui o requisito, ou a condição, e então, a gente reflete sobre qual é a melhor das duas no momento. Combinado? E vamos começar pelo valor de investimento inicial, que tende a ser relevante para o novo investidor.
O valor de investimento inicial
A gente até pode pensar em comprar um imóvel financiado, mesmo assim vamos ter que dar aquele valor de entrada, que deve variar entre 30% e 10%.
Logo, não há dúvidas de que esse primeiro tópico é favorável ao FII que possui investimento inicial baixado, menos de R$ 100 por cota.
Além do mais, há várias corretoras, na verdade a maioria delas, que não cobra taxa de custódia e nem de corretagem para esse tipo de aplicação.
A liquidez da compra ou da venda
Um segundo ponto que devemos analisar tem a ver com a liquidez para comprar ou vender o ativo. Obviamente, isso também importante bastante. E não temos como dizer que o FII é bem mais líquido porque permite essa venda ou compra quase que diariamente.
No caso da casa física, ainda mais com a pandemia e crise que atravessemos fica bem difícil conseguir vender o imóvel. Talvez, comprar seja mais fácil pela oportunidade do setor. Mas, temos mais um ponto para o FII.
A quantidade de imóveis e setores
Também com relação a comprar imóvel ou investir em fundo imobiliário, saiba que ao se pensar em residências, a gente tem que considerar diversos pontos estratégicos. Por exemplo, é preciso saber da localização, da construtora, do potencial de crescimento, etc.
Já se a gente considerar uma cota de FII, a conversa é mais breve. Isso porque a gente pode estudar as opções que existem e ver que uma boa parte delas investe em 10 ou mais imóveis. Então, é como comprar cotas de 10 imóveis ao mesmo tempo.
E isso garante menos problemas com a vacância, por exemplo.
O tempo e estudo para negociar
Mais uma vez, ponto para o FII. Por que? Oras, ao comprar uma cota de FII, o seu estudo vai ser para saber se aquele ativo tem boa gestora e unidades e dividendos. Enquanto isso, no caso do imóvel, você tem que pensar desde a construção até o uso de materiais e o valor da venda.
Você até pode terceirizar os serviços para engenheiros, arquitetos, imobiliárias. Porém, isso vai ter um custo que vai fazer o seu gasto aumentar muito e o lucro diminuir, proporcionalmente. Então, de fato, FII dá menos trabalho.
Os custos do investimento
Mais um tópico interessante. Sobre os custos, a questão é relativa porque no caso de imóveis há regras sobre os valores deles. Por exemplo, o escalonamento parte de 15% para as vendas de até R$ 5milhões. Mas, há isenção para quem tem um único imóvel de até R$ 400 mil.
No caso dos fundos imobiliários, há o imposto de renda sobre os rendimentos. Nesse caso, o custo é de 20% sobre a operação. Então, para termos uma resposta exata, precisaríamos pontuar as regras de cada região.
A autonomia para fazer as escolhas
Agora, quase que no fim para terminar, se você é aquela pessoa que gosta de ter autonomia para fazer todas as escolhas que citamos acima, o FII não será o melhor. Isso porque ele tem uma gestora por trás que faz essas escolhas.
No caso do imóvel físico dá para escolher se será casa ou apartamento, se será em condomínio fechado ou não, se vai ter quarto com banheiro, se vai ter piso de porcelanato, se vai ser no centro da cidade, etc. Então, aqui não há vantagem em pensar em FII.
A rentabilidade gerada no longo prazo
E por último, temos a questão da rentabilidade. Com certeza, esse pode ser um dos pontos mais decisivos para você saber se é melhor comprar imóvel ou investir em fundo imobiliário. Então, preste bastante a atenção. Mas, saiba que, de fato, não tem vantagem.
Como assim? Alguns estudos mostram que a expectativa de realidade pode ser equivalente entre ambos ativos.
Isso porque os FIIs possuem os rendimentos mensais, chamados de dividendos, que vem dos aluguéis. Além disso, há a valorização da cota que é comprada também, como o preço de uma ação da bolsa de valores.
Aprenda a investir em imóveis sem ter que comprar um
Especialistas indicam uma rentabilidade de 0,5% com uma boa seleção de fundos imobiliários. O mesmo valor pode ser visto como rentabilidade-alvo dos imóveis após a pandemia. Sendo esse o valor pago pelo aluguel e considerando um imóvel em uma capital.
– Esse conteúdo é uma adaptação mais recente para a matéria “A dúvida mais antiga do mundo: comprar imóveis ou investir em fundos imobiliários?”, que foi publicada no final de 2019.
