Ciladas dos investimentos financeiros – 10 cuidados para investir dinheiro

A falta de educação financeira no país faz com que as pessoas tenham muitas dúvidas sobre os investimentos financeiros e, pior do que isso, essa falha faz surgir muitas ciladas no mercado.

O resultado é óbvio: as instituições “pintam de ouro aquilo que fará com que seus cofres fiquem cheios, mas que nem sempre garantem bons retornos para a carteira dos investidores”, como disse certa vez o economista Samy Dana.

Para provar esse pensamento a Financial Conduct Authority (FCA), do Reino Unido, publicou um relatório mostrando que esses vieses de comportamento são usados na publicidade de produtos financeiros.

– As instituições são muito boas em combinar uma série de gatilhos comportamentais e mentais que induzem as nossas decisões durante a aplicação em um investimento financeiro.

A partir disso, só nos resta uma escolha: entender mais sobre o mercado financeiro para nos tornar menos suscetíveis às essas armadilhas impostas pelo marketing bancário.

E isso não é muito difícil – podemos começar por entender as peças publicitárias dos produtos financeiros, que nem sempre tem linguagem objetiva ou prática. Aliás, considere que “dinheiro rápido” ou “dinheiro fácil” não existe, tudo bem?

A simplificação é apenas mais uma das formas de enganar os clientes – o restante das informações, e mais importante, estão nas letras miúdas que tem a ver com a taxa, os riscos e o funcionamento dos ativos.

Para te ajudar nessa missão de “estudar mais o mercado financeiro”, separamos alguns pontos que costumam serem os “reis” das ciladas oferecidas pelos bancos. Listamos em tópicos, considere-os e tenha um bom início para entender o mercado do dinheiro!

1 – Os títulos de capitalização

Quando uma pessoa tem algum dinheiro sobrando, considera fazer um investimento financeiro para que tenha um patrimônio maior no futuro – até aí o pensamento está totalmente correto.

O duro é quando buscam as melhores opções com o gerente do banco – esse é um erro.

Ainda mais se ele considerar um título de capitalização – que nada mais são do que jogos de sorte e não são nem considerados como investimentos financeiros pelo Banco Central (BC) e nem pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

“Essa é uma verdadeira pegadinha que beneficia claramente a instituição financeira e não o investidor. A única vantagem é se ele for sorteado, caso contrário pode até perder o dinheiro”, diz o especialista André Massaro.

2 – Os Planos de Previdência Privada

Estes tipos de planos são produtos que são feitos totalmente para o longo período, especialmente, a aposentadoria.

Há uma vantagem fiscal só que a incidência do Imposto de Renda pode reduzir as rentabilidades em até 10 do investimento com prazo superior a 10 anos.

“Pesquisa é a solução mais adequada, entender várias opções de plano e acabar por um mais barato”, diz Massaro.

3 – Os fundos de investimentos

Os fundos de investimentos são sim aplicações e podem ser, inclusive, boas aplicações financeiras. Mas, desde eu não tenham altas taxas de administração.

“Para não entrar em um fundo muito caro, o investidor deve pesquisar antes de colcoar seu dinheiro. E não olhar apenas a rentabilidade passada, mas sim os custos. Todas as informações são abertas ao público”, diz André Massaro.

A dica é buscar algum produto que tenha uma taxa máxima de 1% ao ano.

4 – Os Certificados de Depósitos Bancários

Este tipo de investimento financeiro permite ao investidor aplicar em um título de renda fixa privada. Porém, os grandes bancos costumam pagar menos do que os médios ou pequenos bancos – sendo que a segurança é a mesma.

Um CDB que paga 70% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é baixo.

5 – Investir dinheiro sem diversificar as aplicações financeiras

“A pessoa não pode deixar de diversificar por falta de conhecimento, confiar cegamente em um investimento e acabar se atropelando”, diz Massaro.

O aconselhável é que se tenha uma estratégia financeira consciente – para ter sucesso na vida financeira é preciso se dedicar ao mercado, afinal, o risco pode ser minimizado.

6 – Investir em ações achando que vai ganhar muito dinheiro rapidamente

“Tem que ter ceticismo, entender que o mercado de ações não é algo tão simples. Se fosse fácil, ninguém trabalharia e todo mundo estaria especulando na bolsa de valores. Então, é importante deixar a ganância e a ingenuidade de lado e por os pés no chão”, diz Massaro.

Logo, ouvir tudo o que os vizinhos e amigos dizem não é uma boa opção porque não existe fórmula mágica para ganhar dinheiro rápido, exceto o estudo!

7 – Saber qual é o seu perfil investidor

Todo investidor precisa saber qual é o seu perfil para investir dinheiro? Será que você tem “estômago” para correr riscos com a oscilação do mercado acionário ou prefere ficar com as rentabilidades da renda fixa.

Saber em qual grupo você está é importante porque pode influenciar todas as suas estratégias de investimento financeiro – sendo a capacidade de tolerar riscos ou de lidar com perdas, por exemplo.

https://youtu.be/eIuD7qxmu94

8 – Conhecer as empresas que estão envolvidas

No mercado de ações, você tem que conhecer a empresa para comprar as ações ou não. Esse é um fundamento básico para quem quer investir dinheiro da forma certa.

Fora dessa modalidade, o investidor precisa conhecer a empresa para não correr o risco de perder os seus recursos depósitos em determinadas instituições.

Tudo isso vai depender não apenas da empresa, mas da atual situação que ela enfrenta no âmbito político, econômico e também administrativo.

Antes de investir, faça uma análise de todo relatório da instituição.

9 – O tempo do tempo

O tempo é um item importante para todos os investimentos financeiros. Até mesmo fora do mercado financeiro, o ditado diz que “a pressa é inimiga da perfeição”.

O ideal é investir apenas quando se tem certeza de algo – claro que isso tem a ver com o grau de risco que você está enfrentando.

10 – Deixar de lado a inflação

Esse é um fator que não pode ser deixado de lado porque ela tem impacto relativamente alto. Essa característica influencia no poder de compra da moeda, que é corroído e, no longo prazo, aumentam de forma significativa os ganhos.

Para não ter perdas, o ideal é que o investidor fique de olho nessa taxa. No final das contas, quando a inflação é descontada.

Reprodução: Google

Bônus – os 5 principais riscos dos investimentos financeiros do mercado

Todas as aplicações financeiras envolvem riscos – e o especialista William Eid Junior, da FGV (Fundação Getúlio Vargas) listou os 5 principais deles.

I – Risco de Mercado

É um risco que é medido pelo desempenho do investimento e outra referência, que pode ser a variação do CDI ou do Ibovespa.

“O risco está associado aos movimentos dos preços e das taxas de juros e câmbio”.

Este é um caso onde todos os investimentos financeiros estão envolvidos porque tem preços e taxas – e variam constantemente.

Para evitar, a dica é diversificar as aplicações financeiras entre as várias modalidades de investimentos financeiros. Isso diminui a chance de perda e maximiza o retorno financeiro.

II – Risco de Liquidez

A liquidez é representada pela facilidade ou dificuldade de uma aplicação na hora de vender um ativo da carteira.

O nível de liquidez, diz Eid, tem a ver com os tipos de investimento – uma parte tem que ser direcionada para o longo prazo (menor liquidez) e a outra tem que beneficiar o rápido retorno.

“Hoje, há fundos de investimentos e fundos imobiliários que propiciam a oportunidade de fazer isso. A questão é definir quanto você vai aplicar em cada um”.

III – Risco de Crédito

É o risco de não haver o pagamento por parte da instituição financeira.

No caso dos bancos, há o fundo garantidor de crédito (FGC) para valores de até 250 mil reais.

Para quem investe diretamente em ativos, o mais importante é se atentar para a qualidade do emissor.

No caso de títulos públicos, tudo é garantido pelo governo federal, o mais seguro do mercado.

IV – Risco Operacional

Deve-se levar em conta a gestão, custódia e a administração.

“Esse tripé é a norma, principalmente entre as gestoras independentes. E ele impede qualquer fraude, já que seria necessária a associação dos três participantes para a sua consecução”.

V – Risco Legal

“Quando falamos em risco legal, é bom lembrar que o problema mais observado no Brasil em relação a investimentos é a eventual existência de agentes que não são autorizados a captar aplicações financeiras e o fazem”.

O investidor acaba sendo atraído por alguém que oferece serviço de gestão com rendimentos superiores a produtos similares existentes no mercado.

Com informações do G1, Infomoney

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