Se você começou a estudar o mercado financeiro ou mesmo se iniciou uma conversa sobre investimentos financeiros, já deve ter ouvido falar sobre a Regra do 72. Fizemos este artigo justamente para explicar o que ela é e como é possível ganhar dinheiro com ela.
De forma simples de entender, a Regra do 72 é uma forma fácil de saber em quanto tempo uma aplicação financeira vai dobrar de valor – bastaria dividir 72 pela taxa de rentabilidade.
Na prática, imagina um investimento que rende 10% ao ano. Então, pelas contas, bastaria dividir 72 por 10 e chegaremos ao número de 7,2, ou seja, em aproximadamente 7,2 anos teremos o valor investido dobrado – 2 vezes maior do que o capital inicial.
Ao final do artigo, leia – Guia Rápido para Usar a Regra do 72
Já um investimento pouco rentável, como a poupança, levaria cerca de 12 anos para dobrar o valor investido, a se considerar uma taxa média de 6% ao ano.
Dessa forma, existe uma tabela pronta para demonstrar em quanto tempo seu capital vai dobrar, conforme a rentabilidade, confira!
Taxa de Retorno Anos para o Investimento dobrar
- 2% 36
- 3% 24
- 4% 18
- 5% 14,4
- 6% 12
- 10% 7,2
- 15% 4,8
- 20% 3,6
- 30% 2,4
Como é possível estabelecer essa regra? A partir dos Juros Compostos.
Vamos imaginar um investimento de 10 mil reais. Então, em 1 ano, com 10% de rendimento, teríamos algo em torno de 1,1 mil reais de retorno financeiro. Ao final de 7,2 anos, então, o investidor teria o dobro – 20 mil reais investidos.
Se a conta fosse feito com os juros simples, a conta seria mais fácil, só que desvantajosa: 10 mil reais… Para se chegar ao dobro, deveríamos esperar 10 anos, levando em conta a taxa de rentabilidade de 10% ao ano.
O que São Os Juros Compostos
Os juros compostos recebem o nome porque se você não realizar nenhum saque da sua aplicação, os juros que você recebeu no mês é reaplicado automaticamente sobre o montante inicial, tornando-se incidente.
Quanto tempo demora a um investimento dobrar em algumas das principais aplicações financeiras do país? Confira a listagem.
Renda Fixa
- Rendimento Líquido de 6% ao ano,
- 12 anos para dobrar o capital.
Fundo Imobiliário
- Rendimento Líquido de 8% ao ano,
- 9 anos para dobrar o capital.
Juros Compostos é o famoso Juros sobre Juros.
Nos Juros Compostos, a cada período é acrescentado um valor de juros proporcional ao valor que você já acumulou. Ou seja, você recebe uma taxa de juros sobre o valor que tem acumulado. Isso vai aumentando a cada período. Algumas pessoas os chamam de Capitalização Acumulativa.
Esse nome é derivado do fato de que o seu valor deixa de ser apenas uma taxa e se torna um capital, é o lucro sobre juros.
Ele é aplicado tanto para dívidas quanto para investimentos, sendo assim, o banco também utiliza essa mesma matemática tanto na cobrança quanto na remuneração de investimentos. Aqui, então, é preciso entender que seja em ganhos ou perdas, o crescimento é exponencial e geométrico.
https://youtu.be/6pDmihu9Wac
Vamos dar um exemplo simples. Você empresta 300 reais à uma instituição financeira, que paga juros compostos de 3% ao mês. Qual será o seu capital após 6 meses? Funciona assim: Os 300 reais iniciais serão 309 no final do primeiro mês.
Depois, os 3% de juros serão sobre os 309 reais e não sobre os 300 reais apenas, certo? Então, no final do segundo mês, você terá um valor de 318,27. Mais adiante, você fará 3% em cima dos 318 reais. E assim, por diante. No final de 6 meses, você terá 358,21.
Fórmula dos Juros Compostos:
Geralmente, o melhor modo de calcular os juros é usando uma calculadora financeira ou em planilhas do excel. Existe ainda quem prefira fazer com o lápis e o papel. Por isso, não importante a forma porque a fórmula é uma só.
E no atual sistema financeiro, os juros compostos tornaram-se a base das comercializações, seja pelas instituições bancárias de cobrança ou recebimento. Tanto é que hoje esses conteúdos são citados essencialmente em grades curriculares do ensino médio nacional, sendo até destaque nas grandes avaliações educacionais brasileiras, como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
Não é a toa que os grandes bancos brasileiros estão entre as instituições financeiras mais lucrativas de capital aberto da América Latina e também dos Estados Unidos. E também não é a toa que Albert Einstein, disse que Os Juros Compostos são a maior força do universo:
“O Juro Composto é a maior invenção da humanidade porque permite uma confiável e sistemática acumulação de riqueza”.
Por sinal, como já vimos, o Juros Compostos é calculado sobre o montante obtido no período anterior. Então, agora sim, segue a fórmula universal:
M = C. (1+i) ͭ
Sendo M o montante, C o capital, i a taxa e t o período de tempo.
Já para encontrar apenas o valor dos juros, basta que façamos a subtração do capital inicial do montante encontrado. Da seguinte forma: J = M – C.
Como Calcular os Juros Compostos
Ele, normalmente, não é calculado para pagamentos iguais, mês a mês. É um valor que vai crescendo, de forma exponencial. Vamos fazer um exemplo com um empréstimo de mil reais, com juros compostos de 5% ao mês e um tempo para quitação de 5 meses.
Substituindo as siglas acima, teremos: M é o valor que queremos saber, C equivale a mil reais, i é 0,05 (ou seja 5% de juros) e t equivale aos 5 meses.
Então, M = 1000 . (1+0,05) ⁵ , ou seja, M = 1.276,28 reais.
Esse é o valor que você vai pagar, sendo mais de 250 reais em juros.
Guia Rápido para Usar a Regra do 72
A regra do 72 é uma prática financeira para estimar o número de anos que uma quantia leva para dobrar com a taxa de juros anual. A regra diz que “a porcentagem de juros vezes o número de anos que a quantidade básica de dinheiro leva para dobrar é igual a 72”.
Na teoria, temos então que R.T=72.
Assim, R é a Taxa de Crescimento (juros), T é o Tempo de Duplicação.
Para chegar ao resultado basta substituir as variáveis.
Na prática, tomamos o exemplo: quanto tempo leva para dobrar o dinheiro com uma taxa de 10% ao ano.
10.T=72, logo T=7,2 anos.
Assim, para uma taxa de 10% ao ano, o investidor precisaria de 7,2 anos para dobrar o investimento inicial.
O que é preciso Considerar na Regra do 72
A aplicação também chamada de Felix Corollary é usada para aproximar o valor futuro de uma anuidade – entre uma série de valores regulares.
Assim, ela confirma que o valor futuro de uma anuidade é feita pelo percentual da taxa de juros e o número de pagamentos multiplicados, que somam 72.
O valor de 72 foi escolhido como opção conveniente de numerador – sendo que tem muitos divisores. É considerado uma boa aproximação para a composição anual.
AVISO IMPORTANTE
A mesma regra é usada também para as pessoas que estão endividadas. Se você tem uma dívida que gira em torno de 10% ao ano, então, pode ter o valor dobrado em 7,2 anos.
Mas, vamos ser mais realistas. O cartão de crédito tem uma taxa de 18%, então, o crédito pode duplicar em apenas 4 anos.
O ideal, nesse caso, é combater as dívidas do cartão imediatamente.
Com informações do ContabilidadeFinanceira, Superela e Wikihow