Investir dinheiro do jeito certo: figurinhas da copa 2018 é uma alternativa?

No texto de hoje vamos responder, basicamente, duas perguntas bastante comuns em épocas de copa do mundo: quanto você vai gastar para completar o álbum de figurinha da copa e a valorização desses álbuns. Será que isso é investir dinheiro do jeito certo?

Sobre a copa do mundo, você já sabe bastante coisa: é o maior evento esportivo do mundo e acontece periodicamente, há cada 4 anos.

Agora, o que você não sabe ainda é que existem pessoas que vendem para os sites de compras os álbuns das copas do mundo mais antigas, desde que estejam completos.

Essas pessoas visam ganhar uma boa grana com a valorização dessas “relíquias”.

  • Você acha que vale a pena completar o seu álbum de figurinha e vender depois?
  • Ou será que vale mais a pena não fazer isso?
  • Será que investir dinheiro do jeito certo não é pensar em uma aplicação financeira?

É sobre tudo isso que vamos falar neste artigo.

Sobre o álbum de figurinhas da copa do mundo

É o seguinte!

As figurinhas da copa estão disponíveis para todas as pessoas.

E logo no período que antecede os jogos do campeonato, que acontece no meio do ano, já começa aquela febre.

Muitas pessoas tem prazer em fazer essa coleção de figurinhas, especialmente se for da copa do mundo.

No Brasil e no mundo, são milhões de pessoas.

E o engraçado é que em boa parte, são pessoas mais velhas, com mais de 30 anos.

Essa é uma análise que fizemos que pode não parecer importante, mas, no mínimo, é muito curiosa!

Os preços das figurinhas da copa

Para saber se você sabe investir dinheiro do jeito certo, vamos considerar os preços das figurinhas da copa de 2018.

A verdade é que se você gosta dessa coleção, já notou que os preços dos pacotinhos subiram para caramba!

Se você tem mais de 30 anos, deve se lembrar de que já teve época que eles custavam 50 centavos [cada pacotinho].

E com o tempo, foram aumentando ao passo que hoje está 2 reais cada pack!

Na real, se considerar o salário mínimo, para termos uma base, dá para concluir facilmente que o preço está muito mais salgado do que era anteriormente.

E agora, voltamos a falar de um assunto já citado: as pessoas que preenchem o álbum inteiro para poder revender no futuro. Eles completam o álbum e revende no futuro.

  • Você acha que essas pessoas estão ganhando dinheiro?
  • Qual é o seu sentimento sobre isso?

A conclusão é que, no mínimo, tem que valer pelo menos o mesmo investimento que elas fizeram quando compraram cada figurinha.

Bom, o 1º passo é o seguinte: fazer as contas.

Eu tenho que saber quanto eu vou gastar para eu complementar o meu álbum da copa.

Hoje, em 2018, são 682 figurinhas do álbum da copa.

E o álbum custa 7,90 reais.

Cada pacote de figurinha está custando 2 reais e vem com 5 figurinhas.

Eu preciso fazer um cálculo estatístico [não muito complexo] para descobrir quanto eu gastaria para encher o álbum de figurinhas e comprando o pacote na banca, ok?

E nem é preciso muita conta para concluir que: é muito dinheiro!

A soma dá, no mínimo, mais de 250 reais.

Claro que isso se você calcular que você teve a sorte de comprar um pacotinho por vez e considerando que tem 682 figurinhas, então, já vai dar mais de 250 reais, mais ou menos.

O valor exato

Para sermos exatos, vamos às contas.

O pacote de figurinha custa 2 reais e vem com 5 figurinhas.

Logo, cada figurinha sai por 40 centavos.

Se são 682 figurinhas, então, temos um valor cheio de 272,80 reais.

Isso se soma aos 7,90 reais do álbum e chegamos ao número de 280,70 reais.

Se você conseguir trocar todas as figurinhas repetidas, vai gastar pouco mais de 280 reais em um álbum completo.

Agora, você concorda que a gente precisa comparar o quanto que rende o seu dinheiro nos investimentos financeiros também, né?

E não é preciso fazer muita conta para saber que o álbum não é uma maneira de investir dinheiro do jeito certo – justamente porque ele não rende quase nada.

Mesmo aquelas pessoas que guardam esses tesouros para vender depois, elas não conseguem bom valores e quase sempre apenas empatam com o que já gastaram inicialmente.

Investir dinheiro do jeito certo

Vale mesmo investir no tesouro direto como investimento?

Vamos falar de 2006!

O álbum de 2006 usou 225 pacotes de figurinhas para que fosse completo com todas as 596 figurinhas.

Isso considerando que o pacote na época estava custando 60 centavos cada.

Então, a gente gastaria 60 centavos em cada pacotinho e o álbum estava 3,90 reais.

Daí, a gente teria gasto 138,90 reais para completar o álbum.

E levando em conta a inflação dos últimos 12 anos, ou seja, comprei o álbum em 2006, completei e vendi agora em 2018, que são 12 anos.

O valor atualizado do álbum com a inflação seria de R$ 274,89 reais e no mercado livre a gente encontra este álbum de 2006 vendido por 270 reais.

A pessoa perdeu 4,89 reais ainda.

Viu como investir em álbum para vender não é um bom negócio para ganhar dinheiro?

Mas, se a pessoa tivesse investido no tesouro Selic em 2006 o mesmo valor que ela investiu para comprar o álbum, ela estaria hoje com 486,95 reais.

Nesse caso, ela gastou 138 e tem 486… Até que ganhou um bom dinheiro, não é?

Vamos para a nossa conclusão!

A conclusão é a seguinte: Vale a pena você investir em um álbum completo para tentar revender no futuro? Na questão financeira não!

Mas, a gente não pode somente olhar para o lado financeiro porque existe um preço intangível é o que isso quanto vale para você.

O quanto ter esse álbum vale para você, quanto é o emocional?

Na real, cada individuo paga um preço por isso.

E simples: se isso for importante para você vai lá e faz!

Agora, uma alternativa interessante é que ao invés de você colecionar figurinhas, você pode colecionar ações.

Ao invés de gastar esse dinheiro em álbuns, você pode comprar ações, ser sócio de empresas e essas empresas podem gerar dividendos, que se pode reinvestir  em mais empresas e assim diante.

Porque quando você investe em ativos ele gera dinheiro!

E, definitivamente, o álbum de figurinhas da copa do mundo não é um ativo financeiro.

7 passos para entender como investir no Tesouro Direto

Então, vamos lá!

1 – Abrir conta em uma corretora de valores

O 1º passo para que você que quer entender como investir no Tesouro Direto todos os meses é abrir uma conta em uma corretora de valores.

Na verdade não tem como fugir disso.

Mais do que isso, o melhor que você pode fazer é abrir uma conta numa boa corretora de valores!

E essa diferença entre escolher uma corretora de valores qualquer e uma boa corretora de valores é muito grande e pode significar, inclusive, o seu lucro maior ou menor!

Mas, o que é uma boa corretora de valores?

É aquela que não cobra taxas sobre os investimentos realizados no Tesouro Direto.

Isso porque ao investir no Tesouro Direto, você, automaticamente, tem que saber que existem duas taxas:

  • Uma de 0,3% ao ano cobrado pela B3,
  • Outra é variável e depende da corretora de valores.

A da B3 (que é a nova bolsa de valores do Brasil) é igual para todos os investidores que aplicam em títulos públicos.

Felizmente, nos dias de hoje, uma grande gama de corretoras de valores aderiu ao conceito de “Taxa Zero” para o Tesouro Direto.

Isso quer dizer que elas isentam seus investidores desse custo – o que, em termos financeiros e rentáveis, é ótimo.

Você pode verificar quais são essas corretoras que cobram taxa zero!

Mas, fique esperto porque nem toda corretora que não cobra essa taxa é boa, o ideal é você identificar outros fatores também.

2 – Conhecer os principais títulos do Tesouro Direto

O 2º passo é conhecer os principais títulos do Tesouro Direto.

Acredite: para você que está buscando informações de como investir no Tesouro Direto, continue fazendo isso.

Mesmo porque aplicar em ativos que você não conhece muito bem ou que você não entende o funcionamento, não dá certo. Nunca dá certo!

Afinal, cada tipo de título do Tesouro Direto possui suas características próprias de remunerações diferentes aos investidores.

Existem os títulos pós-fixados, por exemplo, cuja a remuneração está atrelada diretamente a Taxa Básica de Juros da Economia, a Selic.

Já os pré-fixados, cuja a remuneração varia entre a data de aplicação e a data de vencimento, são conhecidos exatamente no momento da compra.

Porém, eles podem se desvalorizar no prazo entre o ano da compra e a data de vencimento.

E por fim, os títulos atrelados à inflação pós-fixados e pré-fixados, ao mesmo tempo oferecendo ao investidor a variação da inflação mais uma taxa de juros ao ano que é feita a inflação.

E o que é importante nesse tópico?

Simples: conhecer melhor cada tipo de título, sua volatilidade, seus riscos e suas características gerais.

A boa notícia é que conhecer cada um desses títulos não é uma tarefa tão difícil quanto parece.

Esse foi apenas um resumo, confira agora cada tipo de título do Tesouro.

Tesouro Prefixado (LTN)

Nesse caso, o investidor sabe quanto vai receber no momento da compra e receberá o valor todo após o vencimento, independente de como fica o cenário.

A rentabilidade é um pouco mais baixa, só que é totalmente segura.

Logo, quanto maior é o prazo de vencimento, maior é a taxa de rentabilidade paga.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)

Nesse caso, o investidor também sabe quanto vai receber, como acima.

A diferença é que o fluxo de pagamento é diferente: feito a cada 6 meses.

É como uma antecipação da rentabilidade encontrada.

Tesouro Selic (LFT)

É um título que se baseia na taxa Selic – por isso, muito indicado para os investidores conservadores.

A taxa tem uma meta definida sempre pelo Banco Central e isso faz com que os investidores tenha alguma previsão.

O pagamento integral é feito após o vencimento do ativo.

Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)

Nesse caso, a rentabilidade do título é dividida em duas partes: uma é fixada e a outra é atrelada ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor).

A composição quase sempre dá um retorno acima da inflação e por isso é indicado ao longo prazo.

O pagamento também é feito após o vencimento.

Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B)

Semelhante ao IPCA+, sendo que a diferença é que os pagamentos são semestrais.

3 – Criar seu planejamento financeiro

Não invista, nunca, sem ter um plano financeiro devidamente criado, tá bom?

Um plano financeiro nada mais é do que um documento explicando qual é a sua visão do dinheiro, porque você está investindo seu dinheiro, quais são seus objetivos financeiros, etc.

Como ter um bom planejamento financeiro pessoal?

Se você se identificou com a maior parte dos brasileiros citados na pesquisa, que não poupam dinheiro, então, é preciso reconsiderar o seu planejamento financeiro pessoal.

Separamos esse tópico exclusivamente para falar disso, aliás, nunca é tarde para organizar a vida financeira.

Confira como fazer isso em subtópicos!

Se conheça

Alexandre Fragoso é do Instituto Eu Defino e diz que não basta pensar em quitar as dívidas – o ideal é mudar o comportamento desde o início.

“Sem fazer isso, a pessoa saí de uma dívida e assume outra. É necessário priorizar os gastos”.

O autoconhecimento é a chave, na opinião dele.

“Se não me conheço financeiramente, não consigo adotar uma estratégia para me organizar. Um modo simples de fazer isso é anotar os gastos”.

4 – Dividindo as suas aplicações financeiras

O passo 4 é: depois de criar o seu plano financeiro, aprenda a dividir as suas aplicações conforme os seus prazos de seus objetivos financeiros e respeitando a sua tolerância ao risco.

Isso é possível a partir da análise do seu perfil de investidor.

E aqui entra um conceito importantíssimo de investimentos que é: investir com base em seus objetivos financeiros.

Ou seja, atrelar os seus investimentos e o prazo dos ativos da sua carteira com o prazo de seus objetivos financeiros definidos do seu planejamento financeiro.

Isso tudo é claro respeitando também a sua tolerância ao risco.

Se os seus objetivos são de curto prazo, você não pode se dar ao luxo de investir num título atrelado à inflação com vencimento em 2050. Sacou?

Afinal, você já passou do passo 2 e sabe que existe o risco deste ativo desvalorizar em curtos períodos temporais e até mesmo médios períodos temporais inferior médio prazo.

Agora, se o seu objetivo por sua vez é o de conquistar a sua independência financeira em 20 anos, então, você pode se dar ao luxo de incluir na sua carteira de ativos com vencimento em 2030.

E diversificar bastante os seus investimentos em diferentes títulos do tesouro direto.

O importante aqui é ter clareza sobre os seus objetivos, os prazos deles e sobre investir com base em cada objetivo.

Enfim, existem dezenas de diferentes cenários para o futuro, a gente não pode ter a pretensão de achar que a gente vai conseguir determinar qual o cenário realmente vai acontecer.

Então, o que nós fazemos?

Diversificamos! Desenhamos uma carteira com vários títulos e vários prazos de vencimentos diferentes, e essa é a minha principal dica aqui nesse passo.

5 – Formalizar a sua alocação de ativos

O passo 5 nada mais do que é do que formalizar qual vai ser a sua alocação de ativos ideal para a parte de renda fixa  da sua carteira.

Porque mesmo que você saiba muito da renda variável, vai ter que ter um pouco na renda fixa também – afinal, estamos falando em investir com segurança, né.

Esse passo aqui é bastante simples: basta você pegar o que você definiu no passo 4 e formalizar isso.

E como formalizar? Escrever no planejamento financeiro qual é a divisão ideal da sua carteira de investimento por classe de ativo.

Algo mais ou menos como usar gráficos no formato de pizza, que mostram o quanto investir em percentual por cada classe de ativos do Tesouro Direto.

Não subestime o poder de colocar os planos e as suas decisões no papel.

Isso vai servir para te dar muito mais tranquilidade nas ações tomadas.

E também clareza sobre as próximas compras a serem realizadas, afinal, você vai investir todos os meses, lembra?

6 – Abrir uma conta corrente digital e sem custos

O passo 6 é abrir uma conta digital, justamente porque ela não tem custos.

Mas, ele é um passo importantíssimo, sobretudo para o pequeno investidor que movimenta valores menores mensalmente.

A importância deste tipo de conta digital e sem custo é que ela não possui anuidade e nem custo de manutenção ou custos também para fazer transferências.

É por esse motivo que adicionamos esse passo para você!

Eu recomendo que você acumule um valor maior da sua conta corrente antes de fazer a transferência para a sua corretora para que você consiga diluir melhor o custo da TED.

7 – Realizar mensalmente TED para sua corretora

E por fim chegamos a um verdadeiro passo final, o ultimato, que é o 7!

Ele nada mais é do que realizar todos os meses uma TED (transferência entre bancos) para a sua corretora.

Afinal, o último passo para saber como investir no Tesouro Direto todos os meses é essencial fazer aplicações mensais.

A importância de investir recorrentemente vai muito além do propósito desse texto.

Você realmente está comprometido em conquistar a sua independência financeira?

Então, se esse é o sonho de viver de renda no futuro, terá que o fazer.

Então, fazer um investimento esporádico e único não basta! Essa que é a fita.

Você precisa criar o hábito de poupar e investir todos os meses.

Ter a disciplina de todos os meses e investir para o seu futuro – essa é a regra.

Então, vá ao seu banco e agende uma transferência programada para a conta da sua corretora todos os meses.

Coloque essa transferência sempre para o dia ou para o dia seguinte do recebimento do seu salário para que você siga o conceito “paga-se primeiro”.

Que nada mais é do que tratar o plano para sua conquista de independência financeira como uma conta recorrente mensal.

E também você pode programar compras de títulos da plataforma do Tesouro Direto, que ela permite a você programar compras mensais de títulos.

Mas, tome cuidado!

A ideia aqui não é você comprar todos os meses o mesmo título ou a mesma quantidade de cada título…

E sim comprar os títulos necessários para seguir a estratégia de alocação de ativos,

Dessa forma sem agendar as compras pela plataforma do Tesouro Direto você acaba ficando com a liberdade em qual título ou em quais títulos investir cada mês.

E isso muda de mês a mês.

Consideração final sobre Investir dinheiro no tesouro direto

Está mais do que provado que viver de renda no tesouro direto é possível.

E logo mais vamos falar sobre viver de renda com os aluguéis dos imóveis.

Mas, para o momento, vamos considerar a vantagem desse título público na atualidade.

No cenário atual, o rendimento de um investimento em Tesouro IPCA+2024 será superior ao de uma LCI ou LCA (Letra de Crédito Imobiliário e do Agronegócio) que paguem 90% do CDI.

Isso mesmo com o recuo da inflação no ano, já que o rendimento do Tesouro Direto é em parte composto pelo resultado do IPCA (antigas NTN-B)…

Que devem, portanto, continuar atraentes em relação aos seus concorrentes financeiros.

Espera-se que até o fim do ano, o IPCA esteja em 3,46%, conforme economistas consultados pelo Banco Central.

Assim, conforme o prazo do título e da perspectiva de melhora da economia, o rendimento pode superar as LCA e LCI, que são as queridinhas do mercado.

Com informações do Youtube

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