Como escravos usavam o rendimento da poupança para conseguirem a liberdade

Você vai ficar de queixo caído com essa história. Se você sabe um pouquinho da história mundial, já viu que os escravos não tiveram vida fácil, não é? Mas, vamos te contar como alguns conseguiram usar o rendimento da poupança para conseguir a liberdade.

Todos os comentários e os relatos foram divulgados pela BBC Brasil.

E vamos confessar que este é um artigo denso, que vai falar de história, de cultura, de sociedade e pode ser que você não goste de muita coisa.

Mas, se você ler, uma coisa é certa: vai ficar impressionado em conhecer um lado da história que quase ninguém mencionou, nem mesmo os livros de história das escolas.

Justiça de São Paulo, em 1883

Rita entrou na Justiça da Imperial de São Paulo contra o Tenente Julio Ramalho.

Rita não era uma cidadã brasileira – porque era considerada escrava. Sendo que o tenente era o seu proprietário.

Rita queria comprar sua liberdade.

Rita não tinha sobrenome e nem idade certa. Mas, acreditavam se tratar de mulher em torno dos seus 38 anos.

Rita era cozinheira, escravizada por Ramalho.

Rita não podia procurar a justiça porque não era uma cidadã.

Rita, então, conseguiu um intermediário para representa-la.

Rita recebeu uma doação de 200 mil réis e queria comprar sua alforria.

Rita é um nome simbólico, mas a história estava mudando e isso era representado por ações como essa, de liberdade.

Ah, e continue lendo para você saber o final dessa história.

O Brasil estava mudando, desde 1850

Foi neste ano que o tráfico negreiro foi proibido, ao menos na teoria.

Mais tarde, em 1871, foi aprovada a Lei do Ventre Livre, que dizia que as mulheres escravizadas poderiam ter filhos.

Exatamente como aconteceu com Benedito, filho de Rita.

Ah, e a Lei do Ventre Livre deu às pessoas o direito de juntar dinheiro, que poderiam ser de doações, do próprio trabalho e também do rendimento da poupança [calma, que já vamos explicar].

Com esse dinheiro o proprietário nem precisava autorizar nada porque a alforria estaria dada.

Ações de liberdade, a partir de 1871

Com essa mudança legal, os tribunais começaram a receber muito mais ações de liberdade, como o caso de Rita.

E isso tudo está arquivado no Acervo Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, conforme a BBC.

“A ação de liberdade quebra a autoridade senhorial, porque passa a existir uma forma de se libertar da escravidão independente da vontade do senhor”, diz Keila Grinberg.

Keila é professora da Unirio e da New York University, sendo uma especialista do tema.

Porém, devemos ser francos: “apenas a minoria das pessoas escravizadas conseguiam entrar na justiça.

A maioria dos escravos nascia e morria escravo”, pondera a estudiosa.

O valor do escravo

Na justiça aconteciam duas coisas distintas: os escravos os faziam se desvalorizar enquanto que os proprietários diziam que eles eram muito valiosos.

No caso da Rita, Ramalho afirmou que não aceitaria os 200 mil réis oferecidos.

“Considero ser de maior valor a minha escrava. Há três meses a comprei pela quantia de 800 mil réis”, disse.

Como não houve concordância [comum acordo], o processo não terminou.

E a decisão ficava por conta do Estado, que precisaria fazer a arbitragem do preço.

Assim, as duas partes eram obrigadas a aceitar o novo acordo.

“Depois de haverem examinado a dita escrava Rita, tendo em consideração a idade, saúde e profissão da mesma, os avaliadores apresentaram laudos”, diz os estudiosos.

O laudo de Rita dizia o seguinte:

  • Salvador avaliou em 500 mil réis,
  • Fernando em 320 mil réis.

Dessa forma, optou-se pelo menor valor – de 320 mil réis.

E Rita saiu vitoriosa, ao menos dessa vez.

Sabe por quê?

Porque 320 mil réis é bem mais próximo de 200 mil réis do que dos 800 mil réis propostos pelo proprietário.

Já com a entrada dos 200 mil réis, Rita conseguiu levar mais os 120 restantes e conseguiu a sua carta de liberdade.

Depois de 3 meses na justiça, Rita estava livre.

E calma que já vamos falar sobre o rendimento da poupança nesse período.

Fundos de investimentos?

É lógico que é um exagero dizer isso, mas tente ver essa relação.

Os escravos que recorriam à justiça viviam nas cidades porque lá estavam as melhores informações.

Por outro lado, quem não tinha doação podia receber dinheiro das “redes de solidariedade”.

Elas eram formadas por outras pessoas escravizadas e libertas, que tinham movimentos abolicionistas.

Em Minas Gerais, por exemplo, foi encontrado o caso da menina Eva, que tinha mais ou menos 14 anos e foi nascida na década de 1850.

A madrinha de Eva não tinha dinheiro.

Então, ela passou a pedir esmolas na cidade para libertar a sua afilhada.

O processo mostra uma lista de pessoas que fizeram a arrecadação dos fundos.

Ao final, o valor chegou aos incríveis 120 mil réis de dinheiro.

O valor se somou a um burro que foi entregue pelo pai da menina, no valor de 80 mil réis.

Na soma, 200 mil réis serviram para a compra da carta de alforria de Eva.

Rendimento da poupança para juntar dinheiro para alforria?

Bem, estamos falando de um período bastante distante onde havia a escravidão.

Os escravos da zona urbana conseguiam juntar dinheiro para comprar a liberdade.

E como faziam isso? Com trabalho forçado e pequenos serviços remunerados.

As mulheres vendiam quitutes, hortaliças e se tornavam amas-de-leite ou lavadeiras.

Homens eram sapateiros, barbeiros e carregadores.

Nesse caso, no entanto, não era possível falar em rendimento da poupança – só que os valores nunca eram suficientes para comprar a alforria.

Então, no final do século 19, o preço da liberdade era de 200 mil reais e podiam chegar a 2 contos de réis (como se fosse 2 milhões de réis).

“A maior parte das pessoas não deve ter conseguido juntar o suficiente. Depois que o tráfico foi proibido, o preço subiu ainda mais”, contam os historiadores.

E onde os escravos colocavam o dinheiro? Na poupança, sim, na poupança!

Entenda isso!

O rendimento da poupança usado pelos escravos

Finalmente chegamos ao prometido assunto né: o rendimento da poupança e a importância dele para os escravos.

A poupança era uma das opções para os escravos guardar dinheiro e isso se prova pelo histórico da Caixa Econômica, que ainda foi pouco estudada, mas já mostra os pertencentes dos escravos.

A Caixa foi fundada em 1860, só que não permitia que pessoas não livres fossem depositantes.

Com a Lei do Ventre Livro, isso se tornou totalmente possível.

Confira essa história: a caderneta da poupança número 43 da Caixa de São Paulo pertenceu a Judas, que era escravo de Manuel de Andrade.

Judas não tinha sobrenome, tinha 54 anos, era hortelão e morava em São Paulo.

Judas era casado.

Judas não sabia ler e nem escrever.

Judas conseguiu somar 24 mil réis – muito pouco para o que precisava.

“Pelos valores depositados nas poupanças, a gente vê que era muito difícil comprar alforria com base nesse dinheiro. Só que existe a relação entre a poupança e a compra de alforria”.

Os estudiosos dizem que a poupança foi importante porque mostrava uma maneira de resistir a escravidão da época.

 rendimento da poupança

Poupança como resistência

“Os escravos conseguiam brechas para entrar no sistema financeiro e juntar dinheiro, apesar de tudo que era imposto a eles”, avalia Thiago Alvarenga, que é professor da Universidade Federal Fluminense.

Na pesquisa ele, há um caso interessantíssimo.

Um homem escravizado tinha na poupança 4 contos de réis, que era suficiente para comprar a liberdade.

“Pode ser que estivesse juntando dinheiro para libertar várias pessoas da sua família”, imagina o historiador.

Já em estudo sobre outras cadernetas da poupança é possível encontrar a saída de dinheiro para comprar alforria.

Como o caso da Margarida Luíza, que era escrava de Joaquim Madeira e teve a conta encerrada 3 anos após a alforria.

O valor acumulado foi de 353 mil réis.

Isso prova a importância do rendimento da poupança, assim como da própria conta, para que os escravos, ao menos alguns pudessem ter sua liberdade.

A liberdade financeira, no século 21

Bom, o texto acima é muito bom e tem um cunho cultural muito forte.

Mas, não podemos perder a chance de dizer que se os escravos conseguiam formas de usar o rendimento da poupança, que era a única aplicação conhecida e legal da época, para serem livres…

Então, você também tem tudo para conseguir ser livre financeiramente falando.

  • Já pensou não ter que acordar todos os dias as 4 horas da manhã?
  • Já imaginou não ter que dar satisfação ao seu chefe?
  • Já cogitou trabalhar quando quiser?

Se você tem bastante dinheiro acumulado pode fazer isso.

E partindo de conceitos simples, que foram usados pelos escravos: a economia e a disciplina.

Aqui no blog falamos muito sobre a importância disso para você ficar rico e ter liberdade financeira o resto da sua vida.

Dá para fazer um monte de paralelo entre a história narrada acima e a questão de viver livremente hoje em dia.

Confira.

Então vamos lá: o que é Independência Financeira?

A definição de cartilha do que é independência financeira é quando a renda passiva gerada por seus ativos é superior ao seu custo de vida mensal. Entendeu?

Basicamente, é quando você não precisa mais da receita do seu trabalho para manter o seu padrão de vida.

Na prática, imagine que você tenha se aposentado e começa a receber o mesmo valor (médio) que você recebeu durante a vida toda…

Então, é isso mesmo! Só que com a reforma da previdência, nada disso está acontecendo – e isso é um problema!

Nesta definição, preciso deixar bem claro o significado das principais palavras:

– Renda Passiva: é o valor financeiro que você recebe por conta de seus investimentos financeiros. Podem ser juros de títulos públicos, dividendos de ações, aluguel recebido de imóveis, e aí por diante.

– Ativos Financeiros: são seus investimentos, ou seja é tudo aquilo que lhe gera fluxo de caixa positivo.

Independência Financeira: uma questão de liberdade

Alcançar o status de “financeiramente independente” não significa que você deve parar de trabalhar e passar o dia sentado no sofá assistindo televisão.

Na real, significa que você não precisa mais trabalhar e  que você pode dedicar o seu principal ativo – o seu tempo – nas coisas mais importantes para você.

Significa também que você irá ter a liberdade de fazer o que você quiser quando você quiser, sem depender de um emprego fixo para arcar com suas despesas gerais.

Assim, independência financeira significa ter liberdade para tomar decisões pessoais quaisquer, considerando apenas o seu bem-estar!

Logo, podemos utilizar também a expressão liberdade financeira como um sinônimo forte de independência financeira. Afinal de contas, os dois termos se referem à mesma coisa.

Por que você deve buscar sua independência financeira?

Quais são os seus objetivos financeiros de longo prazo? As principais respostas que eu recebo quando realizo esta pergunta aos meus clientes, amigos e parentes, são:

  • Estou juntando dinheiro para comprar um imóvel ou carro novo,
  • Estou num momento de muitas despesas e não posso pensar nisso,
  • Apenas um olhar vazio – sem respostas.

A 3ª resposta é bem compreensível, afinal 24% dos brasileiros não se preparam para atingir sua independência financeira, segundo o mesmo estudo do HSBC citado no início deste artigo.

E este pensamento não me surpreende porque estas pessoas estão apenas vivendo a vida da forma como foi-lhes ensinado ao longo da jornada acadêmica: um dia exaustivo de trabalho por vez, evitando qualquer conversa sobre dinheiro.

As outras duas respostas são um pouco mais preocupantes.

Não quero dizer que comprar ou trocar de carro ou de casa não seja importante.

Nem que você não deve se preocupar com suas despesas.

O que me preocupa é o fato de serem pouquíssimas as pessoas que priorizam seu plano para alcançar a liberdade financeira.

Desta maneira, elas estão fadadas a viver trabalhando, muitas vezes, em empregos que não lhe agradam, para serem promovidas, ganharem aumentos, trocarem de casa, trocarem de carro, comprarem itens supérfluos, comprar um novo carro e assim por diante.

Este cenário repulsivo!

Há possibilidade de poder mudar de carreira, de poder passar uma temporada viajando ou de gastar tempo da maneira que bem entender.

O que acha?

Escolhas e liberdade

Não é sobre as escolhas que eu posso tomar e sim sobre a liberdade de fazer qualquer escolha que eu quiser. Porque acima de qualquer coisa, devemos amar a liberdade!

E o fato de você atingir o ponto em que dinheiro deixa de ser uma preocupação lhe dá muita liberdade, sabia?

Faça você agora esta pergunta para você mesmo!

E preste muita atenção no que eu vou lhe dizer agora…

A melhor maneira de você perceber a importância de criar planos para alcançar a liberdade financeira é fazendo a si mesmo a seguinte pergunta:

O que eu iria fazer da minha vida daqui em diante se o dinheiro não fosse um problema?

Como se trata de uma questão bem ampla, a resposta não é alcançada sem uma boa dose de pensamento.

Se você é casado, convide sua esposa ou seu marido para pensar junto – os filhos também se forem o caso.

E é esta resposta que deve servir como principal motivação para que você trabalhe no seu plano para se tornar financeiramente independente.

Com ela, você começará a vislumbrar e projetar a vida dos seus sonhos.

É vislumbrante: esta vida ideal você conseguirá com facilidade se dedicar mais energia, tempo e dinheiro em direção ao atingimento deste objetivo.

Processo de enriquecimento

Assim, você encurtará o seu processo até o momento em que você atingirá sua liberdade financeira.

Quer saber qual é a minha resposta para esta questão? Então, continue assistindo lendo!

Qual é a diferença entre independência financeira e aposentadoria? Se você chegou até aqui, talvez esteja se perguntando: “qual é a diferença entre independência financeira e aposentadoria”?

A resposta é bem direta: não há diferenças relevantes.

Eu simplesmente prefiro evitar o uso da palavra “aposentadoria” porque eu vejo este termo como algo pejorativo.

Afinal, a maioria das pessoas pensa em “aposentadoria” como sendo a última fase da sua vida.

Querendo ou não, este termo é muito ligado à velhice, ossos frágeis, complicações de saúde e à ociosidade.

Já a ideia que eu quero passar é a de você não ter mais que se preocupar com dinheiro.

Logo, eu prefiro utilizar termos novos e mais abrangentes, como “independência financeira” e “liberdade financeira”. Está bem?

Assim, consigo dissociar a ideia de você não precisar mais trabalhar se não quiser; a ideia é a de que você necessariamente não vá continuar trabalhando.

Como alcançar sua liberdade financeira?

Se você leu todo este texto, tenho certeza que já domina o básico necessário para atingir sua independência financeira.

Afinal, agora você já conhece o seu conceito, o que ela significa para você e as principais variáveis que você precisa monitorar neste processo.

Como eu prometi anteriormente, aqui embaixo está a minha resposta para a pergunta: “O que eu iria fazer daqui para frente se dinheiro não fosse o problema”?

“Eu viajaria muito, muito mesmo, ao menos uma vez por trimestre, iria conhecer os principais destinos turísticos do mundo, passaria mais tempo com a família e amigos, mas não abandonaria minha atividade profissional, pois trabalho com o que amo”.

“Entretanto, escolheria os clientes que iria atender e me dedicaria mais a causas filantrópicas e ao fomento ao empreendedorismo”.

E você, o que faria? Deixe-nos um comentário sobre isso…

A sua renda atual

Sua receita, ou seja, o dinheiro que você ganha é a sua principal ferramenta na sua busca pela liberdade financeira.

E o motivo é bem fácil de explicar: quanto mais você ganhar hoje (seja salário, distribuição de lucros, comissões, etc), mais dinheiro você conseguirá juntar no final do mês.

Quanto mais dinheiro sobrar, maior o seu patrimônio será maior e quanto maior for o seu patrimônio, maior será a sua renda passiva.

E quanto maior for sua renda passiva, mais próximo você estará de atingir sua independência financeira.

As suas despesas atuais

Como já comentei, não existe uma fórmula exata para você alcançar sua liberdade financeira.

Mas, existe uma fórmula garantida para o fracasso financeiro: gastar mais do que você ganha.

Para evitar cair nesta armadilha e ter que recorrer a empréstimos e cheque especial, você precisa levar um padrão de vida condizente com a sua receita.

Mais do que isso, você precisa se acostumar a gastar muito menos do que o que você ganha.

Afinal, quanto menos você gastar, mais dinheiro vai sobrar.

E a consequência de mais dinheiro sobrando é mais dinheiro trabalhando por você.

A taxa de retorno de seus investimentos

A taxa de retorno de seus investimentos é o quanto seu dinheiro aplicado rende.

Se você aplicou, por exemplo, 1.000 reais em um título público e resgatou 1.120 reais um ano depois, seu rendimento foi de 12%.

O cálculo é 1.120 dividido por 1.000 menos 1. Certo?

Ao pensar na taxa de retorno, é muito importante que você considere o rendimento de seus investimentos acima da inflação e descontado da despesa com imposto de renda.

Então, além de você ter que ficar atento ao retorno “bruto”, que é como chamamos o retorno absoluto, é bom entender como cada tipo de investimento é tributado e jamais se esquecer de considerar o impacto da inflação na sua carteira.

Quanto maior for a taxa de retorno de sua carteira de investimentos, mais rápido você alcançará sua liberdade financeira.

Matemática simples, está bem?

O horizonte de tempo

Outro ponto importantíssimo é o prazo de seus investimentos.

Já ressaltei o enorme poder dos juros compostos: este poder é resultado de dois pontos (da taxa de retorno e do horizonte de tempo).

Um retorno de 12% sobre um investimento de 1.000, conforme expliquei no ponto acima, pode parecer desestimulador.

Afinal, seu lucro será apenas de R$ 120.

Agora, um retorno de 10% acima da inflação sobre um investimento de R$ 1.000, repetido por 30 anos significa num lucro de R$ 29.000 neste período. Uooooo \O/

Ou seja, você praticamente multiplica seu patrimônio por 30 neste prazo!

Por isso eu gosto de dizer que 1.000 reais economizados hoje não são 1.000 reais e sim 30.000 mil reais.

Com informações da BBC

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