Com Selic em 8,25% como ficam os Investimentos Financeiros?

Pela oitava vez consecutiva, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa básica dos juros da economia, Selic. Para a maior parte dos especialistas e economistas, isto mostra sinais de recuperação econômica e inflação controlada. Atualmente, a taxa está em 8,25% ao ano.

Esse é o menor patamar desde julho de 2013… Mas, e os investimentos financeiros, como ficam com esse cenário?

No Final do Artigo vamos fazer Simulações de rendimentos de 5 Opções de Investimentos com a Selic em 8,25%, confira!

Último Corte da Selic

O último relatório enviado pelo Banco Central, no dia 11, afirmou que a decisão foi unânime sobre a nova queda da Selic em 1 ponto.

“O conjunto de indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira”.

O controle da inflação, da qual falam os analistas, é mostrado em 2,46% em 12 meses, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em um ponto percentual, para 8,25% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui 2018, é compatível com o processo de flexibilização monetária’, informou o BC.

O relatório também citou que o cenário deve manter o mesmo patamar até a próxima reunião, sendo que existe a possibilidade de uma nova redução, onde a taxa encerraria o ano em 7,25%.

“Não obstante as perspectivas acima, o Copom ressalta que o processo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, finalizou o banco.

Reforma da Previdência e Política de Crédito

Durante o comunicado, o Copom não condicionou à aprovação da Reforma da Previdência e deu a entender, indiretamente, que manterá o plano de voo já traçado pelo mercado – inflação em 3,3% e 4,5% no próximo ano.

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“O BC está apenas sancionando uma realidade. A inflação pode fechar até abaixo de 3%. E pode ficar abaixo até no que vem. É uma coisa bizarra, mas positiva”, disse Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central.

Deixando de lado a Reforma, o Copom frisou as mudanças na política creditícia, referindo-se à aprovação da Mudança da Taxa de Juros cobrada pelo BNDES –O banco nacional do desenvolvimento.

Na semana passada, o Senado aprovou a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que promete acabar com os subsídios.

“O Comitê enfatiza que o processo de reformas, como as recentes aprovações de medidas na área creditícia e de ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural.

As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê”, afirmou o Copom.

reprodução: Google

Mudança na Caderneta da Poupança

Com a decisão, além de mexer nos juros, o Copom também ativou um gatilho que altera a correção da aplicação financeira mais popular do país – a poupança.

Quando as taxas ficam abaixo de 8,5% ao ano, a caderneta deixa de render 6% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR).

O que é a Taxa Referencial?

Agora, a remuneração será 70% da Selic, mais a TR, apenas para depósitos feitos após maio de 2012. Essa foi a data em que o governo alterou a regra para evitar que grandes investidores migrassem para a poupança em tempo de queda de juros, que diminuem as rentabilidades dos fundos.

Com isso, evita-se uma migração em massa dos investidores financeiros e, consequentemente, beneficia o poder público, já que o governo brasileiro é um grande emissor de títulos públicos, que fazem parte do portfólio de diversos fundos de investimento.

“A poupança continua não sendo uma boa opção, ela só deixou de ficar tão ruim quanto antes porque agora a inflação caiu”, afirma Luciano Tavares, CEO da Magnetis Investimentos.

“Alguns investimentos simples rendem mais do que ela, como Tesouro Selic e CDBs de Bancos Médios”.

Possibilidades Financeiras além da Poupança

Ainda que seja popular principalmente pela facilidade de aplicação, a poupança já não é, há tempos, a melhor opção financeira para quem quer ganhar dinheiro.

E isso mostra uma situação positiva no mercado: a busca por investimentos mais rentáveis em outras modalidades.

Obviamente que a poupança pode ser ideal para quem quer economizar dinheiro, mas está longe de ser aconselhável para quem destina o dinheiro para um futuro financeiro confortável.

Se você tem dúvidas entre as aplicações financeiras, a primeira recomendação é: faça as contas. Muitas vezes, com a incidência de Imposto de Renda e Taxas de Administração, alguns investimentos podem render até menos do que a caderneta.

Portanto, é muito importante considerar todos os custos envolvidos na aplicação em cada modalidade especifica.

A mais indicada para quem quer sair da poupança é a Renda Fixa, que está, quase sempre, atrelada ao CDI, como os CDBs – Certificados de Depósitos Bancários. Normalmente, eles são emitidos pelos bancos que pagam taxas melhores para investimentos de longo prazo.

https://youtu.be/Gr_6uaxVRGA

Como Investir em Renda Fixa: O Guia Definitivo

Quem tem mais tolerância ao risco, pode aproveitar o bom momento da Bolsa de Valores para rentabilizar o capital. O índice Bovespa rompeu a barreira dos 74 mil pontos e registrou o maior nível da sua história.

Na média, no último mês houve alta de 7% e 23% no acumulado do ano.

O ideal, para as ações, é ter uma estratégia muito bem definida e com aspectos básicos para não sofrer perdas excessivas.

O ideal é Continuar com Investimentos Financeiros na Renda Fixa?

Luciano Tavares é CEO da Magnetis Investimentos, Arthur Farache é sócio da Desfixa e Fernando Marcondes é do Grupo GGR. Eles comentaram sobre essa nova queda da Selic.

Com a queda da Selic, a rentabilidade da Renda Fixa será menor. Porém, na opinião deles, ela ainda vai continuar sendo uma boa opção de investimento financeiro.

Para Tavares, com a redução dos juros e a inflação em queda, o rendimento real ainda será positivo para essa aplicação. “Qualquer perfil de investidor sempre vai ter uma parcela de renda fixa entre seus investimentos”.

“Se é alguém mais conservador, essa parcela será predominante. Se é alguém mais agressivo, a renda fixa será usada para aplicar o dinheiro de uma reserva de emergência, por exemplo”, diz.

Farache concorda e diz que o mais viável é diversificar os investimentos, tornando o risco menor. Porém, na atualidade existem poucas opções para o pequeno investidor.

“Dentre elas, estão os CDBs de bancos menores, que costumam praticar taxas mais altas. E os fundos Multimercados, que quando há tendência de queda de Selic ganham mais dinheiro, de forma generalizada”, afirma.

Marcondes defende o mesmo pensamento. “A diversificação é um seguro gratuito em momentos de crise, é o que evita grandes perdas”.

Ao mesmo tempo, para Farache, a tendência é que os investidores migrem seus recursos, em partes, para a renda variável, valorizando as ações. “É preciso pensar em empresas que tenham uma volatilidade menor e que esse investimento deve ser de longo prazo”.

“Ter uma parcela em renda fixa é sempre necessário, seja para reserva de emergência ou para realizar um objetivo de menor prazo”, diz Tavares.

Simulações com a Selic em 8,25%

Milton Galvão é da FMU e fala sobre a redução dos juros. “As opções dependem do perfil de cada individuo. Profissionais jovens têm menor aversão a riscos e podem investir em renda variável, já aqueles em faixa de idade mais avançada devem buscar a segurança da Renda Fixa”.

Investimentos de 10 mil Reais com a Selic em 8%

Poupança R$ 10.566
CDB (95% DI) R$ 10.625
LCI/LCA (90% DI) R$ 10.717
Tesouro Selic R$ 10.658
Fundos (taxa administração de 0,3%) R$ 10.606

Investimentos de 50 mil Reais com a Selic em 8%

Poupança R$ 52.830
CDB (95% DI) R$ 53.129
LCI/LCA (90% DI) R$ 53.587
Tesouro Selic R$ 53.293
Fundos (taxa administração de 0,3%) R$ 53.033

Investimentos de 200 mil Reais com a Selic em 8%

Poupança R$ 211.323
CDB (95% DI) R$ 212.517
LCI/LCA (90% DI) R$ 214.348
Tesouro Selic R$ 213.175
Fundos (taxa administração de 0,3%) R$ 212.133

As tabelas acima foram baseadas em dados do Banco Central, Tesouro Nacional, Portal Simulador Investimento e ADVFN.

Com informações do iG, Globo, Terra, advfn

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