Viver de Juros com uma Renda de 4 mil reais – Como fazer?

Garantir uma vida confortável, com uma renda que é proveniente dos juros recebidos em aplicações financeiras é uma realidade possível e praticável na vida de qualquer pessoal. Falamos, assim, em viver de juros.

Tudo isso passar por uma questão de planejamento financeiro – onde é necessário entender a partir de quais pontos pode-se economizar dinheiro e qual a renda necessária investir todos os meses para se chegar à um capital acumulado no final do período.

Vamos levar em conta um salário mensal de 4 mil reais, que é uma renda equivalente à 4 salários mínimos e um pouco mais… Quais serão os passos que devem ser traçados para se chegar à esse ápice financeiro e conseguir viver de juros o resto da vida?

Patrimônio Acumulado

Sandra Blanco é consultora da Órama Investimentos e diz que antes de tudo é preciso que o investidor considere fundamental fazer a conta do quanto considera ideal o capital que precisa ter acumulado para atingir o rendimento pretendido.

Ela diz que quem quer usufruir de um valor médio de 4 mil reais mensais precisaria acumular um capital que fique entre 480 mil reais e 1,2 milhão de reais – que vai variar conforme o investimento financeiro que for escolhido e sua rentabilidade anual.

A partir disso, a matemática fica mais simples de ser feita – o primeiro passo é saber a renda desejada, que já sabemos (4 mil reais).

Ao longo do artigo vamos explicar como chegamos à esses números, mas, inicialmente, é possível fazer um breve resumo:

  • Investimento de 1,2 milhão de reais rende 4 mil reais em opções de 4% ao ano,
  • Investimento de 800 mil reais rende 4 mil reais em opções de 6% ao ano,
  • Investimento de 480 mil reais rende 4 mil reais em opções de 10% ao ano.

O Cálculo Financeiro

A consultora diz que basta pegar o número em destaque – 4 mil reais – e multiplicar por 12 (que é o número de meses que tem no ano). Isso daria um total de 48 mil reais.

Bem, esse valor, agora, precisa ser dividido pela rentabilidade real no ano estimada para o investimento, que na média usa-se de 4%, ou seja, 0,04.

O resultado chegaria à 1,2 milhão de reais.

Ganho Real

Para saber a estimativa de ganho real de cada investimento financeiro, use a taxa média anual de rentabilidade média dos últimos 10 anos de tais investimentos. No caso, a consultora afirma que a média é de 10%.

Depois disso, desconto os custos, impostos e a inflação (que é medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no período – e subtraia 6%.

A estimativa de ganho real é a de 4%, o número praticado no mercado.

Aplicação Inicial

“A taxa de retorno e o valor da aplicação inicial são inversamente proporcionais. Quanto menor a taxa de retorno empregada no cálculo, maior será o valor inicial necessário. E vice-versa”, diz Sandra.

Logicamente, se a taxa de retorno fosse 10% e não os 4%, então, o valor da renda mensal de 4 mil reais cairia para os 480 mil reais. No entanto, a inflação não estaria sendo levada em conta.

O capital, dessa forma, ao longo do tempo, o capital perderia valor com o tempo.

“Ser cauteloso na estimativa de rentabilidade nominal garantirá o fluxo de renda por mais tempo”, diz Sandra.

Meta Impossível de Se Alcançar?

Considerando que o valor seja alto, a impressão é a de que a meta fique impossível de ser cumprida, o que de fato não acontece. A disciplina é fundamental e o que torna possível alcançar tal objetivo.

É preciso considerar também que o cálculo leva em conta apenas os rendimentos, ou seja, ainda vai sobrar um bom valor para os herdeiros.

A simulação também é importante porque considera a liberdade de trabalhar com vários cenários – os mais conservadores, com rentabilidade real em 3% ao ano ou os mais ousados, que podem trabalhar com rendimentos reais de 6% ao ano.

O número é imaginário e pode se alternar, levando em conta que existem carteiras recomendadas de aplicações diversificadas do longo prazo que tem 12% de rentabilidade ao ano.

Como Conseguir Viver de Juros

Todo mundo que pensa em viver de juros precisa considerar a aplicação do dinheiro em carteiras diversificadas com títulos públicos, privados e os fundos. Para a consultora, essa é a melhor estratégia para reduzir riscos no mercado financeiro.

“Escolha títulos pós-fixados e atrelados à inflação, com vencimento de curto, médio e longo prazo, além dos fundos com prazos de resgate curtos, de onde serão retirados os valores mensais”, ela diz.

“E os fundos multimercados para maximizar o retorno no longo prazo”, diz a consultora.

Com o tempo, o foco tem que ser em renovar os títulos de acordo com as oportunidades de mercado. De tempos em tempos, ela diz, parte do dinheiro tem que ser migrada para os fundos na busca pela liquidez.

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Sobre Viver de Juros

Viver de Juros tem várias nomenclaturas nos dias de hoje – viver de renda, viver de aplicações financeiras, viver de investimentos financeiros, renda perpétua e por aí vai.

Tudo isso formam um grupo de expressões que são destinadas a todas as pessoas que buscam nada mais nada menos do que a famosa Liberdade Financeira.

Bom, já a liberdade financeira tem a ver com ser financeiramente independente, ou seja, você não precisa de ninguém para conseguir um dinheiro mensal.

Sim, você não precisa aguentar aquele seu chefe chato para ter o seu dinheiro no fim do mês e nem precisa agradar o seu cliente, para que ele compre os seus produtos.

A ideia de ser livre financeiramente é a de conseguir viver de juros, obviamente. E isso quer dizer que você terá uma renda todos os meses.

Era como funcionava a aposentadoria. Após se aposentar, o trabalhador recebia um salário mensal, o que era suficiente para pagar as contas e manter o padrão de vida. Com a Reforma da Previdência, todos sabem que essa história já não é bem assim.

Nova Reforma da Previdência? Invista 10% do seu salário e garanta sua aposentadoria sem depender do INSS

Aliás, viver de juros é mais do que isso porque você pode receber quanto quiser, ou melhor, quanto se dispor a receber.

Da mesma forma, não precisa chegar aos 60 anos para conseguir tal feito – você pode fazer isso com 30, 35 ou 40 anos, dependendo da sua disciplina financeira.

Entenda, portanto, que estamos falando em viver de juros. Se o seu foco é ganhar dinheiro para comprar carros de luxo, iates, jatinhos…

Esse artigo, infelizmente, não é para você. Ao contrário, se você quer ter uma renda todos os meses para custear seus gastos, continue lendo e descubra como conseguir isso.

O bê-á-bá para quem vai investir dinheiro

Uma das regras de quem quer viver de juros é ter a ideia de que a disciplina na hora de investir é primordial – assim, não adianta fazer um investimento com esse objetivo e com o tempo usar tal recurso para resolver eventualidades.

O ponto de partida é reconhecer o mercado e analisar sobre ele o seu objetivo financeiro.

Se você tem a segurança de conhecer o assunto, isso ajuda na hora de definir o valor que é preciso acumular e os investimentos periódicos. Quando se tem uma estratégia bem montada, é possível atingir o objetivo.

O conselho de Sandra é sempre fazer revisões das estratégias, priorizando aquilo que pode mudar conforme o projeto inicial.

Também é importante não subestimar a capacidade de investimento – o futuro financeiro trabalha com a questão dos juros compostos. Esqueça a ideia de que é possível investir dinheiro apenas quando já se tem muito dinheiro inicial.

Existem títulos que pagam bons rendimentos com aplicações a partir de 1 mil reais.

Aposentadoria Milionária

Sobre ter uma aposentadoria milionária, Daniel Zamboni, que é da Br Investe, afirma que saber quanto e onde aplicar é imprescindível. Para ele, quanto maior for o tempo até a aposentadoria, menos ela terá que poupar mensalmente.

Ele também comenta sobre a inflação – a qual é impossível prever.

A partir disso, ele fez alguns cálculos considerando um investimento que renda 5% ao ano e que siga uma taxa de retorno real.

Conforme a tabela dele, uma pessoa que tem 45 para se aposentar, ou seja, que tenha 20 anos de idade, poderia economizar apenas 280 reais ao mês para chegar aos 65 anos com 1 milhão de reais na conta.

Já para uma pessoa que tem 15 anos até o prazo final, ou seja, que tenha 50 anos de idade, o investimento precisaria ser de 3,2 mil reais ao mês.

Para todas as pessoas que vão investir pensando na aposentadoria, o especialista recomenda os títulos do Tesouro Direto que pagam o IPCA mais 5% ao ano, como o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e vencimento para 2035.

Para todas as outras pessoas que tem perfil para investir na renda variável, a recomendação é justamente na compra e venda de ações ou nos fundos multimercados.

Sobre investir dinheiro, qual é a melhor opção: o Tesouro Direto ou a Bolsa de Valores? Este artigo vai te ajudar a encontrar a resposta ideal, conforme o seu perfil para investimentos. Confira cada uma dessas aplicações e suas características, que incluem números atualizados.

O artigo é breve e foi dividido em dois tópicos: Tesouro Direto e Mercado de Ações.

O Tesouro Direto em 2017

O programa do Governo Federal foi criado em 2002 e em 2017, exatamente no mês de julho, alcançou a marca inédita de 1,5 milhão de pessoas cadastradas, conforme o Tesouro Nacional.

No 7º mês do ano, a adesão foi de mais de 54 mil novos investidores, o que significa um crescimento na modalidade de mais de 73% no último ano. Agora, o número de ativos somou 520 mil no mesmo mês, o que dá um parâmetro de 62%.

Quanto aos tipos de títulos, aqueles que estão vinculados à taxa básica de juros da economia, Selic, foram os mais investidos, representando 43% do volume total do Tesouro.

Depois, ficam os títulos indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), assim como o Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais. Eles somaram 37% do total de títulos negociados no período.

Já os títulos prefixados foram responsáveis por 19,7% do total.

Esse aumento significativo do interesse pelo título público tem a ver com a perda de rentabilidade da poupança e obviamente dos juros básicos da economia, que chegou ao menor nível nos últimos 4 anos.

Melhor que a Poupança

Assim, para quem busca melhor rentabilidade do que é oferecida pela poupança, o Tesouro Direto é uma boa alternativa financeira, levando em conta que o programa é interessante para objetivos no longo prazo.

O exemplo disso está a educação dos filhos pequenos ou com a ideia de ter uma previdência complementar.

O que há de se considerar é que muitas pessoas ainda tem dúvidas e medo de “enfrentar” esse novo investimento brasileiro, mesmo que ele é considerado tão democrático e seguro.

O receio e a falta de conhecimento são os principais causadores dessa falsa impressão.

Entenda que ao aplicar dinheiro em títulos públicos, o Governo Federal se torna credor em troca do pagamento do valor investido acrescido de juros.

E mesmo que o país enfrente uma gigante crise financeira, o medo de o governo não honrar com os compromissos é muito grande.

Para os especialistas, os investidores não têm com que se preocupar – a explicação está no fato de que o Tesouro Direto soma um percentual mínimo da dívida pública e, logo, não tem alto risco de calote.

https://youtu.be/5dTiZBEAq40

A Rentabilidade da Renda Fixa

Outro ponto importante do Tesouro está na rentabilidade que é oferecida em cada título.

Com os vários cortes da Selic, algumas aplicações em renda fixa perderam atratividade financeira e, além disso, as previsões ainda continuam sendo de queda para os próximos meses e até o próximo ano.

Portanto, os brasileiros ainda têm a chance de olhar outras opções da renda fixa, como os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Câmbio e as Letras de Crédito (LCI e LCA).

Como Investir em Renda Fixa: O Guia Definitivo

Todas essas opções de ativos financeiros oferecem bons retornos e mesmo que não tenham a segurança do governo federal, estão expostas ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que banca até 250 mil reais de cada investimento caso o banco quebre.

Outra opção, mais ousada, para ganhar mais dinheiro com o rendimento de investimentos é a bolsa de valores, que pode ser feita com a negociação de ações ou contratos futuros, vamos falar disso no próximo tópico.

Nunca se esqueça, porém, que a estratégia é importante na hora de investir dinheiro – seja na renda fixa ou na variável, os objetivos precisam ser bem traçados. Só assim será possível chegar ao ápice, que é viver de juros.

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Viver de Juros no Tesouro Direto

Não vamos nos atentar muito a explicar o que é o Tesouro Direto, levando em conta que você já conheça. Se não conhece, leia nosso livro gratuito que explica.

Como Investir em Renda FixaO Guia Definitivo

Assim, especificamente levamos em consideração o Tesouro IPCA+ (antigo NTN-B, Nota do Tesouro Nacional Série B).

A projeção que fizemos foi baseada no título Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e vencimento para 2050, que no dia desses cálculos estava rendendo 5,25%. A alíquota do imposto de renda calculado foi de 15%, incidente sobre aplicações de mais de 2 anos.

A justificativa para o uso do Tesouro IPCA+ é que ele é um título público, tornando-o totalmente seguro, já que o risco de calote da dívida pública é sempre menor do que da dívida privada – bancos, instituições financeiras.

Depois, também devemos nos atentar ao fato de que esse ativo se remunera sempre acima da inflação, o que é importante para que um investimento financeiro seja vantajoso.

Na prática é assim: se o Tesouro IPCA+ 2050 com Juros Semestrais rende 5,24% acima da inflação, isso quer dizer que se no próximo ano a inflação for de 10%, então o papel vai render os 10% mais os 5,24%.

Isso é Suficiente para Viver de Juros?

O rendimento de 5,24% é semestral, obviamente, e feito em dinheiro. Isso quer dizer que se você tem 1 milhão de reais investidos nesses títulos, a cada 6 meses você receberá cerca de 22,3 mil reais, descontados o IR.

Aí, seu investimento continua lá, intacto, como título público e você pode resgatar, corrigido pela inflação, na data vencimento. Se resgatar antes do vencimento, você pode ter perda, sem que seja possível prever de imediato.

Agora sim, para conseguir viver de juros no Tesouro IPCA+ 2050 com Juros Semestrais, veja quanto é preciso ter:

Renda Mensal                  Investimento Financeiro

  • 2 mil reais                                            538.841 reais
  • 5 mil reais                                            1.347.104 reais
  • 10 mil reais                                          2.694.207 reais
  • 15 mil reais                                          4.041.311 reais

A Bolsa de Valores em 2017

O Brasil vive aquele momento que todo economista gosta de falar como sendo “turbulência”.

No final de agosto, por exemplo, o índice da Bolsa de Valores (Ibovespa) atingiu 71 mil pontos, ficando próximo à máxima histórica – o que surpreendeu os analistas financeiros.

Assim, algumas equipes de analistas, como a do XP Investimentos, revisou as estimativas do Ibovespa para 85 mil pontos para os próximos meses, isso seria uma alta de 20%.

Os analistas fizeram exposições sobre o pensamento e essa visão positiva do cenário, confira em tópicos porque as perspectivas são tão boas.

A Selic

A história da Selic média leva à uma redução do custo da dívida das empresas, ou seja, ela deve continuar em queda. Além disso, a retomada da atividade econômica vai continuar dando sinais de que “o pior” já passou e as empresas terão resultados positivos.

Fundos de Previdência

Neste cenário também há de considerar a alocação dos fundos de previdência, que ainda está em sua maior parte na Renda Fixa (74% do patrimônio).

“Se somarmos os investimentos em ações e os outros dos fundos de renda variável, a alocação é de 18%, um montante que era de 32% em 2010”, compararam os analistas.

“Se considerarmos uma migração para a renda variável para os níveis de 2010 poderíamos ter um incremento de 100 bilhões de reais no volume de ações”, garantem.

Cenário Eleitoral em 2018

Os analistas dizem que para 2018 é cotado um presidente reformista para vencer as eleições, conforme informado em pesquisas feitas e analisadas pelos economistas da XP Investimentos.

Os nomes mais cotados são de João Doria e Geraldo Alckmin. E se isso se concretizar a expectativa é a alta do Ibovespa.

Cenário Internacional

Após 2016 e a eleição de Donald Trump neste ano, os analistas teme as eleições na Holanda e na França, que podem ter desfecho favorável à zona do euro.

Aí, há de se considerar ainda os parceiros comerciais do Brasil, como China, que é da zona do euro e os Estados Unidos e a Argentina, que apresentam boas expectativas.

Privatizações no Brasil

Nos últimos dias, o governo brasileiro tem falado em privatizações para reforçar o caixa, o que contribui para o ajuste fiscal. Isso é bom para a infraestrutura do país e também para gerar empregos e consumo.

Isso resulta em queda da percepção e a expansão da atividade econômica.

Catalisadores e Riscos

Os analistas também falam de catalisadores e riscos. A se começar, podemos dizer das reformas econômicas, que mesmo com pouco conteúdo original, representam pontos importantes no avanço do risco de insolvência.

Agências de Rating

A aprovação de reformas e o cumprimento da meta podem fazer com que as agências melhorem a perspectiva da nota do Brasil.

Isso pode impactar os juros para vencimentos mais longos.

Por outro lado, o cenário atual é de revisão para baixo dos juros, o que tem consequências nas despesas financeiras e levar à revisão do lucro líquido das empresas.

Consideração Final: Cuidado com Ativos que Rendem CDI

O cuidado aqui é para com as instituições que vendem ativos que rendem até 150% do CDI, o que é praticamente impossível. Se você observar nas entrelinhas, não compromisso da instituição em pagar esse valor se você investir nela.

O que ela mostra é um resultado de um investimento financeiro da renda variável (mercado de ações), que coincidiu com um rendimento equivalente à essa porcentagem sobre o CDI nos últimos meses, mas isso não tem a ver com a rentabilidade.

Aliás, o CDI – Certificado de Depósito Interbancário – é uma taxa de juros que os bancos cobram quando emprestam dinheiro uns para os outros, por um dia. O que vem acontecendo é que muitas empresas tem citado CDI na renda variável.

Assim, quando você ver que “nossa carteira rendeu x% do CDI” é bom ficar atento se essa carteira não está cheia de ações ou outros ativos que não são referenciados pelo CDI.

Com informações do OGlobo, Infomoney

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