Esse é um assunto fundamental no sucesso de qualquer planejamento financeiro de longo prazo: a diversificação de investimentos em renda variável.
Porque entenda que investir na renda fixa deve ser o começo de toda pessoa que está aprendendo sobre o assunto. Mas, a renda variável é uma das melhores alternativas para depois, para quando a pessoa quer ter lucros maiores!
Na verdade, essa é uma prática que, se bem aplicada, pode proporcionar a você rentabilidades bem maiores do que aquelas que você tem no chamado retorno de risco, ou seja, aquele retorno que você tem, apenas, a partir de bons produtos de renda fixa.
Não estamos falando mal da renda fixa, está bem? Mas, entenda que a renda variável pode ser um passo adiante no seu caminho para a independência financeira e já vamos te mostrar como e por que!
A regra dos 80
Existem diversos estudos acadêmicos que mostram que sem precisar ser especialista qualquer pessoa pode se adequar a modelos simples de composição de carteiras de investimento e diversificação de riscos.
O foco dessa diversificação é ter rentabilidades acima da média, acima da renda fixa.
O ponto aqui é que diversificar investimentos garante não apenas a segurança de se ter vários produtos (a velha história de não colocar todos os ovos na mesma cesta) como também uma chance de ganhar mais no rendimento.
Então, são 2 pontos que são bons para quem diversifica:
- Segurança de diversificar as aplicações
- Aumentar rentabilidade, acima da média
E falando nisso, hoje em dia temos um principal modelo de composição de carteira de investimento, um modelo bastante simples e que há anos proporciona bons retornos aos investidores: a regra dos 80.
O rebalanceamento de carteiras de risco de composição definida, ou seja, a regra dos 80.
A regra dos 80 parte do princípio de que existe uma porcentagem ideal para cada faixa etária investindo em renda variável.
É um estudo que prova isso. E aqui entende-se que renda variável inclui todos os investimentos e risco significativos, sendo que a regra é justamente manter o restante do patrimônio em investimentos livre de risco ou de renda fixa.
A lógica é: quanto mais a pessoa envelhece, menos investimentos de risco deve ter na sua carteira.
Como funciona a regra dos 80?
Funciona assim: pegue a sua idade e subtraia ela do número 80, o resultado dessa conta será a porcentagem máxima do seu planejamento que deverá ou que poderia ir para renda variável.
Se, por exemplo, você tem 20 anos e subtraia 20 de 80 chegará a conclusão de que até 60% do seu patrimônio poderia ir para renda veriável.
Se você tem 40 anos e subtrair 40 por essa regra saberá que precisa direcioná 40% do seu dinheiro para investimento de risco e por aí vai.
Agora, será que a regra funciona? A verdade é que alguns defendem que a regra dos 80 deveria ser a regra dos 100, já que o número 80 representa a expectativa de vida do investidor no modelo científico e a tendência é de que viveremos muito mais no futuro.
Outros defendem que a regra seja dos 70, para ser o modelo mais conservador.
Então, a verdade que isso vai de cada um, de cada pessoa, de cada verdade que você carrega contigo.
Por exemplo, se a sua família tem bons históricos de saúde e você não pensa em parar de trabalhar tão cedo, não se acanhe em adotar a regra dos 85 até dos 90.
O resultado é que o que importa é ter uma referência lógica para calibrar sua carteira de tempos em tempos. Já que isso é necessário em todo tipo de investimento e de carteira.
A regra dos 80 faz sentido
A regra dos 80 faz bastante sentido pela lógica de que quanto mais velhos ficamos mais dinheiro nós temos e menor tende a ser a nossa tolerância ao risco.
Isso não tem nada a ver com a saúde, tem a ver com peso de uma possível perda adquiri com os passar dos anos. Lembre-se que diversificar é correr menos risco também.
Então, se por exemplo a bolsa sofre uma queda de 50% e um jovem perde metade dos R$ 10 mil que ele tinha aplicado, o seu sentimento vai ser perda de alguns meses de trabalho que logo serão recompensados pelos ganhos do trabalho.
Ou, pode ser que ele recupera até mesmo pela recuperação do mercado também. Ou ambos!
Diferente de um chefe de família, que se perder metade do seu patrimônio de R$ 1 milhão de juntando a muito custo ao longo de muitos anos vai ter um sentimento de perda de décadas de trabalho e de décadas que não serão recuperadas tão facilmente.
Isso justifica nos tornamos mais conservadores a medida que atingimos nossos objetivos de formação de poupança.
A renda variável não é muito arriscada?
Entenda que os investimentos de risco geram diferenciais consistentes apenas no longo prazo.
Por isso, para garantir a colheita desses resultados e reduzir os risco de perdas significativas lá na frente é sempre válido adotar uma postura mais arrojada no início do plano de enriquecimento e depois forçar uma redução no nível de risco.
É que isso que faz a regra dos 80 poder ser vista com bons olhos.
E não se esqueça: essa regra só se torna viável se, de tempos em tempos, você para de estudar sua carteira de investimentos e a calibrar de acordo com a sua estratégia.
Ganhou mais de um lado? Venda para trazer a sua carteira novamente para o equilíbrio. Ao fazer isso, estará sempre comprando na baixa e vendendo na alta.
Sem acompanhamento contínuo dos seus investimentos e sem uma referência objetiva a seguir você nunca saberá o que vender para se livrar dos excessos e o que comprar para suprir o que está em falta.
