Banco Central tranquiliza agentes do mercado financeiro com foco em swaps

“Fomos cautelosos nos últimos meses. Baixamos o estoque de swaps e isso permite que tenhamos mais constância na intervenção”, afirmou Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central.

A afirmação foi feita no último dia 16 e tem o objetivo de tranquilizar os agentes do mercado financeiro após a instabilidade provocada pela vitória presidência de Donald Trump, nos Estados Unidos.

Nos últimos dias, o BC retomou a “rolagem” dos swaps e emitiu contratos para fazer frente aos que estão vencendo, além de colocar mais contratos em mercado.

Conforme Goldfajn afirmou, o Banco Central pode emitir novos contratos de “swap cambial”, instrumentos que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro e servem para controlar as oscilações da moeda.

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Ao vender contratos de swaps, o BC supre a oferta dos bancos e diminui a pressão de alta do dólar. Tanto é que o presidente do BC afirmou que o estoque desses contratos, que já somou mais de US$ 100 bilhões no passado, atualmente está ao redor de US$ 25 bilhões, o que permite maior constância nas intervenções do BC no câmbio.

Entenda os swaps em 3 tópicos:

Os Swaps funcionam assim: o BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Reprodução: Google
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Histórico: o BC tem usado os swaps desde 2013, quando o dólar chegou à 2,40 reais. Quando o dólar sobre, o BC registra perdas (em 18 de setembro de 2015, por exemplo, foi de 97 bilhões de reais); já quando o dólar cai, o BC tem lucro com os swaps.

Segurança: Para um especialista do mercado de câmbio, os swaps trazem tranquilidade. “Evita que haja desespero para os investidores tirar recursos do país. Se o sujeito está com o preço protegido, não há porque ter pressa. Isso é verdadeiro”.

Vitória de Donald Trump

Para Goldfajn é normal haver volatilidade após a vitória de Trump. “O importante é manter os mercados funcionando corretamente, evitando excessos. O Banco Central está muito atento para o mercado, intervindo no mercado, para que funcione corretamente. Estamos dando provisão de “hedge” para proporcionar menos pressão no mercado”, disse.

O comentário foi ocasional já que depois da decisão do novo presidente americana, a Bolsa de Valores de São Paulo ficou em queda de mais de 3,24%. Em termos internacionais, o Índice Nikkei do Japão caiu mais de 800 pontos.

Falamos disso e também sobre o corte de juros e as taxas de títulos públicos em um artigo publicado nessa semana. Leia: Donald Trump Presidente – Bom ou Ruim para os Investidores Brasileiros?

Inflação

Para o presidente do BC, há melhorias no processo de combate à inflação no Brasil. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é a inflação oficial do país, somou 10,67% no ano passado e recuou pouco abaixo de 7% em 2016.

Mas, ainda está cima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação brasileiro fixado para o ano. Já para o próximo ano, a expectativas é que o IPCA esteja em um índice abaixo de 5%. E nos outros dois anos seguintes, as estimativas são bem próximas ao objetivo central fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN): 4,5%.

“O mercado espera 2017 melhor do que 2016 e 2018 melhor do que 2017. As expectativas são de recuperação nos próximos anos, apesar do cenário global”, disse.

Ações da Petrobrás

Já a Petrobrás, que teve um prejuízo de 16,5 bilhões de reais não desanimou os analistas. Ao contrário disso, 5 corretoras de investimentos se declaram otimistas em favor da companhia.

“O resultado é parte de uma esperada melhora nas tendências operacionais e de geração de fluxo de caixa livre. Nós mantemos avaliação neutra sobre as ações”, disse uma delas.

Como resultado, o Itaú ultrapassou a Petrobrás no ranking de empresas de capital aberto de maior valor agregado. E, para os analistas, essa perca de posição deve-se à eleição de Trump.

Leia o artigo sobre o prejuízo da Petrobrás.

Da Redação

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