7 Passos Fundamentais para Comprar um Imóvel com Pouco Dinheiro

O Brasil é um país muito rico – pelo menos culturalmente. Aqui, as famílias mais tradicionais dizem que quanto antes puder comprar uma casa, melhor será. Aliás, é muito comum ouvirmos “Quem Casa Quer Casa”. Porém, ter um Imóvel Próprio requer cuidados, estudos e muita disciplina.

Já fizemos alguns artigos e vídeos falando sobre a vantagem de Alugar uma Casa para Depois comprar um Imóvel à vista, o que é muito mais vantajoso do ponto de vista financeiro.

No entanto, muitas vezes, a pressa e a necessidade não nos deixam conseguir seguir tal planejamento financeiro

Se você faz parte desse grupo de pessoa – que precisa comprar um imóvel agora – leia este artigo e veja qual o melhor jeito de fazer isso sem gastar muito dinheiro.

Os 7 passos citados aqui são muito valiosos e podem ser usados como base estrutural para você criar um cronograma financeiro a fim de atingir o objetivo final – que é comprar um imóvel.

Comprar um Imóvel no Brasil

Alguns levantamentos nacionais já mostraram que até os 30 anos de idade, a maior parte dos brasileiros não tem condições financeiras para comprar  o “imóvel dos sonhos” à vista.

Logo, a alternativa mais “viável” e “urgente” que sobra é o Financiamento Imobiliário.

Porém, existem muitos fatores importantes além do custo financeiro, como sair da casa dos pais ou do aluguel. Muitas pessoas se envolvem tanto com o financiamento que passam a deixar de viver a vida, se privando de muitos comportamentos e deixando de lado a qualidade de vida.

Há de se pensar, por exemplo, na localização do imóvel que se for muito longe de “tudo” pode te fazer ter um gasto representativo com combustível ou transporte, de forma geral.

Saiba qual deve ser a Renda Mínima para Financiar um Imóvel e pense mais sobre Alugar um

Portanto, antes de conhecer os 7 passos abaixo, você vai precisar se decidir, verdadeiramente, sobre a compra do imóvel, levando em conta itens como:

  • Planejamento da Carreira Profissional,
  • Planejamento Familiar,
  • Planejamento Financeiro Pessoal.

Se formos levar em conta o 1º imóvel, pode-se pensar em um lugar menor e mais barato, já que não será necessariamente definitivo.

O mais importante, financeiramente falando, é pensar em imóveis que se valorizam.

Além disso, não se pode deixar de pensar na prestação mensal, que devem ser compatíveis com a sua renda, além das despesas atuais e futuras.

Se o imóvel aceitar o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), ele permite usar o FGTS (que rende a Taxa Referencial de 3% ao ano – o que é bem pouco comparado com outros investimentos financeiros)

Quanto às despesas adicionais, é preciso enumerá-las, já que são muitas. Na lista devem estar itens como Imposto Sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI), Escritura, Mudança, Reformas, Decoração.

Os gastos podem elevar o valor da compra do imóvel em 10% ou mais.

Levando em conta toda essa somatória, deve-se levar em considerar que poderá ser preciso adiar alguns dos seus planos de médio prazo e podemos dizer que é quase certo que terá que passar por sacrifícios no curto prazo.

Logo, sobre o momento certo para comprar um Imóvel no Brasil, não há resposta exata. Tudo vai depender dos vários aspectos apresentados e que vamos apresentar aqui, sendo que se você não comprar um imóvel aos 30 anos, nada impede que você compre aos 40.

É preciso levar em conta adiar alguns pensamentos para que o endividamento não se torne um pesadelo mortal. Ponha tudo na balança e planeje a sua vida antes de tomar esta importante decisão.

Importante Decisão

Se você está cogitando comprar um imóvel e já procurou algumas notícias e informações na internet, deve ter notado que é um consenso: é preciso muita cautela na hora de verificar se o financiamento imobiliário será vantajoso.

Para Sérgio Cano, que é professor da FGV, muitas incorporadoras estão com estoque maior de empreendimentos, o que tende a resultar em bons negócios – com descontos de até 40%.

“Ainda existe muita oferta, então eu diria que o poder de barganha neste momento é maior para o comprador. Se ele for criterioso e não estiver com pressa, pode fazer um excelente negócio porque as empresas estão mais flexíveis na negociação”.

A visão é compartilhada por Alexandre Amorim, que é da Par Mais Investimentos. Ele diz que a oferta está em alta e a procura em baixa, e com a queda da Selic as taxas de financiamento ficam mais acessíveis, facilitando a compra.

Juiana Inhasz também é especialista e comenta que a condição financeira também tem que ser levada em consideração.

“A decisão de comprar um imóvel é muito particular porque leva em consideração como a pessoa está, atualmente, na economia. De forma geral, é um momento delicado porque existem muitos desempregados”.

Pensando nisso tudo e sabendo de quão importante são essas questões, fizemos um levantamento e selecionamos os 7 passos fundamentais para comprar um imóvel. Confira.

7 Passos Fundamentais para Comprar um Imóvel com Pouco Dinheiro

Sem mais delongas, agora vai ficar simples – se você deseja comprar um imóvel com pouco dinheiro não faça isso sem antes ler cada um desses tópicos.

1 – O Momento Certo para Comprar o Imóvel

Falar em momento certo é algo muito relativo e ainda mais se considerarmos essa importante decisão na vida de qualquer pessoa.

Ainda que não seja o mais determinante para saber responder sobre o seu momento certo, você pode levar em conta alguns requisitos como: a localização do imóvel, a estrutura física, o estilo de vida, a opinião dos outros membros da família e o compromisso financeiro que você vai assumir.

Se tudo isso for positivo, então, pode ser que esse seja o seu momento certo para comprar um imóvel.

Mas, além disso, é preciso considerar que durante essa compra você precisará abrir mão de outras, como a troca do carro por um modelo mais novo ou vale pensar ainda que precisará continuar nesse imóvel até que acabe de pagar todas as parcelas, antes de investir em um novo.

Novamente, vamos facilitar. Para saber o Momento Certo para Comprar um Imóvel faça reflexões sobre os subtópicos abaixo.

Padrão de Vida – Analise suas perspectivas e seus desejos para o futuro,

Reserva Financeira – Sua Segurança Financeira tem que ser uma Prioridade, portanto só após suprir as necessidades básicas é que se deve correr atrás dos sonhos (mesmo porque haverá gastos com impostos, taxas, documentação, consertos, frete, montagens),

Economizar Dinheiro – Você tem que estar disposto a economizar dinheiro e para isso vale a história do abrir mão de vários comportamentos e prazeres da vida,

As Prioridades – Na hora de comprar o imóvel, analise o bairro, os cômodos, área de lazer ou o que for realmente importante para você. Essa questão é muito pessoal e cada pessoa vai preferir algo diferente de outra, o importante é saber o que é prioridade,

Capacidade Financeira – Você tem que saber o quanto está preparado para comprar um imóvel que esteja no patamar das suas prioridades. Um imóvel na zona sul, com 3 quartos, sacada gourmet e detalhes preciosos talvez não caiba no seu bolso agora.

Saber o Momento Certo para Adquirir um Imóvel é importante porque se você não fizer as contas, o seu orçamento financeiro pode furar e com pagamentos atrasados, você pode perder o seu tão sonhado imóvel. Saiba limitar os seus gastos e suas parcelas.

2 – Padrão de Vida

Como está a sua carreira hoje e como ela pode estar amanhã? Dentro disso, qual o seu planejamento mensal e os seus objetivos futuros? Se você pensar friamente, o Padrão de Vida é importante na escolha do imóvel – mesmo porque o número de filhos, por exemplo, pode influenciar nisso.

Dá até para pensar sobre o bairro que se quer morar, já que alguns têm estabelecimentos comerciais mais caros e outros mais em conta. Alguns são perto do centro (o que diminui a distância de transporte) e assim por diante.

Tente se localizar na questão financeira, onde você se encontra perante a sociedade? Com o financiamento, os gastos vão aumentar e, consequentemente, seu padrão de vida pode cair um pouco, você está disposto para isso?

Para fim de pensamento, em hipótese alguma, o seu padrão de vida deve ser diferente do tipo de imóvel que você vai escolher. Se eles forem incompatíveis, você precisa se muda rem breve e pode até mesmo perder o seu bem.

Faça tudo baseado nas suas metas pessoais.

3 – Metas Pessoais Alcançáveis

Já que o assunto é metas, que você tenha aquelas que são totalmente atingíveis.

Tudo se começa com o Planejamento Financeiro. Depois, é preciso economizar dinheiro para preparar uma “bolsa de moedas” para custear todos os extras do seu imóvel. Isso chama-se Reserva de Segurança.

Esse dinheiro extra que você vai precisar ter é muito variável também. Tem que se pensar no valor de entrada do imóvel, nos custos com taxas e documentações, além da mobília. De toda forma, nada que uma boa meta não resolva essas questões.

Também com a finalidade de facilitar seu cronograma, listamos alguns dos principais gastos dos quais são necessários ter uma reserva de emergência.

Reserva Financeira Pessoal – que é para gastos que possam acontecer que não estão, necessariamente, ligados ao imóvel, como o carro. O ideal é ter o equivalente à 6 meses de salário,

Custos para Aquisição do Imóvel – aqui entram as taxas e a documentação. O valor pode ser consultado de acordo com o imóvel, junto à um corretor imobiliário,

Valor de Entrada – também é variável e pode ser visto junto com o corretor,

4 Opções de Investimentos para Juntar Dinheiro e dar de entrada na Compra do Imóvel

Melhorias e Mobílias – é um valor usado para melhorar a sua residência ou simplesmente comprar os móveis, o valor vai depender do padrão de vida do comprador.

Note que todos são destinados à fins diferentes e se somados vão dar valores altos. Porém, é o necessário a se fazer. Essa que é a grande dificuldade: colocar esses números dentro de uma meta alcançável.

Se você tiver um salário justo, que não dê para poupar nada, melhor repensar sua compra.

Ah, e se precisar rever sua compra, comece analisando os seguintes itens: rever cálculos de itens que podem ser eliminados e repensar sua rotina, encontrando gastos extras e cortando confortos que podem ser usados para montar a sua poupança financeira.

4 – Cortar Pequenos Gastos

Economizar Dinheiro é regra fundamental, como vimos. Para tanto, existem algumas dicas que podem te ajudar a não sobrecarregar o seu orçamento financeiro, que é começar a cortar os pequenos gastos e trocá-los por opções mais econômicas.

Faça compras e prepare sua comida em casa, evitando comer na rua é uma delas. Optar pelo transporte mais econômico na hora de trabalhar é outra dica e para isso leve em conta ir de transporte coletivo ou bicicleta, o que ajuda também na saúde.

Lazer gratuito existe e pode ser uma alternativa viável.

Pense em todo seu consumo e veja na sua lista de anotações quais pequenos gastos podem ser cortados. Esse é o melhor começo para comprar um imóvel mesmo que você tenha pouco dinheiro.

5 – Despesas Fixas: Repense

Despesas fixas são aquelas irreversíveis? Que não dá para mexer de jeito nenhum? Repense sobre isso também. Sempre é viável dar uma olhada mais afundo no que pode ser considerado indispensável ou revertido.

Vamos te ajudar, confira alguns pontos.

Compras no Supermercado – você tem o hábito de planejar as compras no supermercado ou vai simplesmente com a lista na cabeça? Quando sai de casa, costuma sair com fome? Tem o hábito de comprar algo que não precisa? Repense,

Planos de Telefonia, Internet e TV a Cabo – são serviços vendidos em pacote e que tem preços aumentados periodicamente, com reajustes sobre reajustes. No fim de algum tempo, você está pagando mais do que o dobro de quando começou. Reveja isso também,

Energia Elétrica e Água – os bons hábitos não são positivos apenas para a natureza e o meio ambiente, mas também para o seu bolso. Apague as luzes, desligue a TV, desplugue os eletrodomésticos… os bons hábitos sempre vão ser bons hábitos.

6 – Custo Benefício do Imóvel

Comprar um Imóvel leva em conta muitas características consumistas. Em partes, é como comprar qualquer produto – você precisa analisar o custo benefício e pechinchar.

Como Avaliar o Custo Benefício?

Acabamento – leve em consideração os materiais que serão usados, como torneiras, luminárias, armários… Logo, quanto melhor for a qualidade desses elementos, mais duradouros eles serão,

Sistemas Hidráulico e Elétrico – tem que ser práticos e de qualidade para que a possibilidade de fazer mudanças ou adequações sejam menores,

Localização – vai variar conforme o padrão de vida, portanto, não adianta apenas pensar na valorização do bem… É preciso levar em conta os valores das taxas e dos custos também.

7 – Consórcio Imobiliário

Existem muitos especialistas que dizem que esses consórcios valem a pena, porém, é preciso analisar o perfil do imóvel, assim como o valor do documento e a disposição em esperar a data final do produto financeiro.

Normalmente, você terá que dar um valor de entrada também, quitar as parcelas para pegar as chaves, arcar com taxas de financiamento bancário (que são altas), pagar Impostos sobre Operações Financeiras (IOF)…

E uma série de fatores que pesam no bolso.  No financiamento, isso tudo é facilitado, mas ainda assim, você terá que pagar.

A contemplação costuma ser um dos motivos mais preocupantes. O negócio é levar a sério todas as outras possibilidades, afinal, o melhor, como visto neste artigo, é ter organização financeira – o planejamento é amigo da economia, sempre.

Resumindo sobre Comprar um Imóvel com Pouco Dinheiro

Delimite todas as características desse sonho e comece por pesquisar as opções de compra – incluindo tamanho, cômodos, áreas de lazer, localização, etc. Você tem que saber qual o valor da prestação também, além de ter uma quantia de Reserva Financeira.

Para não esquecer:

  • Faça um Planejamento Financeiro com antecedência,
  • Economize o máximo que puder para dar de entrada – o que reduz o valor mensal,
  • As parcelas do financiamento podem comprometer até 30% do orçamento familiar,
  • Analise o preço do condomínio do imóvel antes de compra-lo,
  • Pesquise as melhores ofertas dos imóveis no mercado,
  • Escolha a tabela de financiamento mais vantajosa (SAC ou PRICE).

Bônus: Sobre os Fundos Imobiliários

Os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) são investimentos da Renda Variável que funcionam como ações, só que em vez de empresas, os aportes são feitos em imóveis. Logo, cada investidor tem uma cota correspondente ao montante aplicado no fundo, o que lhe rende um valor mensal.

Geralmente, uma cota de um fundo não passa de 4,5 mil reais o que não é considerado um valor alto, se comparado ao mercado acionário.

Assim, enquanto os imóveis estão em queda, as aplicações financeiras atreladas ao setor vivem uma de suas melhores fases – alcançando altos patamares.

Um dos últimos números do Índice de Fundo de Investimentos Imobiliários (Ifix), por exemplo, que mede o comportamento dos fundos imobiliários negociados na Bovespa, chegou à 2.071 pontos, o que representou uma alta de 27,02% em 12 meses.

Reprodução: Google

Para se ter uma ideia, nenhuma aplicação financeira foi tão bem-sucedida no período, desde 2014, quando os fundos tiveram 56% de valorização.

“Com a queda da Selic, o CDI, o Tesouro Direto remuneram menos e a atratividade de um investimento como o fundo imobiliário tende a crescer”, diz Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fipe e professor da FIA.

Os custos de fabricação também tornaram a expectativa de valorização no médio prazo bastante óbvia.

“Os fundos adiantam um pouco o que vai acontecer no mercado. Lá atrás, antes da crise econômica e no setor imobiliário, os fundos começaram a cair bastante. A crise veio e, pouco a pouco, esse investimento foi se recuperando”, afirmou o especialista.

Como Investir nos Fundos Imobiliários

“Os fundos podem ser compostos de participações em imóveis e em ativos financeiros atrelados aos imóveis como LCI e o CRI. Isso muda bastante o retorno”, diz Alexander Shukowsky, da Easyinvest, que diz que quem vai aplicar precisa analisar os tipos de ativos do fundo.

A LCI – Letra de Credito Imobiliário e o CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários são títulos de crédito de Renda Fixa pós e pré-fixada e que têm o desempenho relacionado à taxa Selic.

“Este tipo de ativo é mais resiliente às crises”.

Governo quer Criar FII com lastro em imóveis da União

Atualmente a União é administrada pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), que dispõe de mais de 650 mil imóveis em seu cadastro em todo país.

Sidrack Correio é secretário do patrimônio da União e Flávio Arakaki é vice-presidente da Caixa Econômica Federal e ambos fizeram um acordo de cooperação técnica para a elaboração de proposta de estruturação de fundo.

“O objetivo do governo é modernizar a gestão desse patrimônio com redução de gastos e aumento de rentabilidade” disse o Ministério do Planejamento.

“Queremos aumentar a eficiência na gestão do patrimônio com a diversificação das operações de administração desses bens. A Caixa vai avaliar qual será o melhor modelo para o fundo e como ele deverá ser constituído”.

“Nosso objetivo é reduzir o custo de administração desses imóveis e obter um melhor retorno financeiro”.

O acordo prevê que faça parte do fundo imóveis que não sejam adequados ao uso da administração pública ou que não sejam usados para execução de políticas púbicas.

Conforme a Lei 13.240, de 2015, os imóveis sob administração da SPU (terrenos, imóveis funcionais, imóveis comerciais e terrenos da marinha) podem ser usados para integralizar cotas de fundo de investimento imobiliário.

Com informações da época, R7, Estadão e EBC

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