A Taxa Selic caiu novamente! Foi de 13,75% para 13% ao ano, e com isso, os fundos de Renda Fixa continuam sendo investimentos mais lucrativos do que a caderneta da poupança. Quem afirma isso é o diretor da Associação nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), que mostrou que a poupança é mais atraente apenas quando a taxa de administração do fundo é superior à 2,5% ao ano.
Em uma breve simulação, de capital inicial de 10 mil reais no prazo de 12 meses, a poupança terá um rendimento de 744 reais ao ano, ou seja, 7,44% ao ano. Em um fundo de investimento com taxas de administração de 0,5% ao ano, o rendimento será de 977, ou seja, 9,77% ao ano.
Se essa taxa subir para 1% ao ano, o rendimento será de 925 reais, ou seja, o valor ainda é maior. E, caso a taxa suba ainda mais, para 1,5% ao ano, o rendimento será de 873 reais, também mais atraente. Por fim, com taxa de 2% ao ano, o rendimento é de 808 reais.
Conclusão: mesmo com a incidência do imposto de renda à 20% no prazo de 12 meses, a Renda Fixa é mais vantajosa do que a poupança.
O que é preciso saber para investir em Renda Fixa?
Assim como a poupança, os fundos de Renda Fixa são considerados investimentos conservadores, seguros e com baixo risco de crédito. Mas, diferente da poupança, normalmente, a rentabilidade desses fundos são maiores. Se você quer fazer uma reserva financeira, com evolução constante das aplicações e ter lucros acima da inflação, escolha a Renda Fixa.
Lembrete: Não é sempre que a Renda Fixa se sobressai quanto à inflação, mas isso tem se tornado uma regra nos últimos tempos. E, segundo analistas, o fato deve se prolongar por bastante tempo.
Conforme foi disponibilizado ao Infomoney, e com o apoio dos assessores Fernanda Alves e Eduardo de Lucca, separamos os 5 principais pontos a serem analisados antes de você realizar qualquer investimento em renda fixa! Acompanhe e não marque bobeira!
1 – Remuneração
Existem 3 tipos de remuneração, e cada uma está atrelada à objetivos diferentes. São eles: os prefixados, os pós-fixados e as aplicações que misturam ambos, ou seja, pagam uma taxa prefixada e mais outra taxa pós-fixada. A exemplo desse último tipo está o Tesouro IPCA+, que remunera o investidor com o IPCA (pós-fixado) e uma taxa pré-definida na hora da compra.
Os especialistas explicam que os prefixados já tem o lucro no momento da aplicação, e, para isso, o investidor só precisa manter o título até a data de vencimento. Por não levar em conta a variação das taxas de juros ou a inflação, esse tipo tem rentabilidades menores dos pós-fixados. Esses, por sinal, geralmente são atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é parecido com a taxa Selic e tendem a subir ou cair de acordo com as oscilações da taxa.
Descubra qual o rendimento de 5 mil reais com a queda da taxa Selic.
Para quem quer manter o capital com um ganho acima da inflação, a dica é aplicar em títulos atrelados ao IPCA, índice da inflação do país. No entanto, eles podem trazer alguns riscos, de acordo com as variações do mercado.
2 – Juros
É preciso saber a tendência dos juros. Oras, se está em alta ou em queda, pois isso fará muita diferença para você, investidor, encontrar a melhor opção. “Hoje a tendência é de queda e por isso, os títulos prefixados ou atrelados à inflação são as melhores opções no longo prazo. Aquilo que a gente conseguir congelar nas taxas atuais, será um bom investimento”, afirma Fernanda.
3 – Liquidez
A liquidez é a facilidade de converter o ativo em dinheiro. Como assim? É poder fazer o resgate do investimento antes da data de vencimento. Por exemplo, quando falamos em liquidez diária quer dizer que você pode “sacar” o seu dinheiro no dia que quiser. Claro que isso pode ter algum reflexo negativo, por isso, é preciso cuidado.
Para saber qual é a melhor opção, o ideal é saber o motivo do investimento e PRINCIPALMENTE o tempo que ele poderá ficar aplicado. Para viagens, é indicado os de curto prazo; para a educação dos filhos ou a compra de uma casa, são 10 anos; e para aposentadoria, é a de longo prazo, para mais de 10 anos. Qual o seu objetivo?
É óbvio que, quanto maior o prazo aplicado, maior taxa que o investidor vai conseguir e também será maior a rentabilidade. “Se o objetivo é investir a longo prazo, o investidor precisa focar nas taxas e em qual está pagando mais”, comenta Claudio.
4 – Risco
Para escolher o investimento também é preciso analisar o perfil de risco, ou seja, se será conservador, moderado ou arriscado. Isso vai gerar diversas opções, tais como a rentabilidade, que deve estar alinhado aos seus objetivos. Em primeiro lugar, existe o risco de crédito, caso o emissor não honre com o pagamento da aplicação. Que ocorre tanto no público quanto no privado.
Além disso, dependendo da aplicação existem o risco do mercado e as possíveis oscilações de preços. Por isso, é importante levar o título até o vencimento final para não correr o risco de perder dinheiro.
5 – Rentabilidade
Investir dinheiro é receber juros e, claro, pensar na rentabilidade. Nesse caso, é preciso atenção para saber quanto paga determinado investimento e é fundamental saber os prazos, para que seja possível uma reorganização financeira.
Renda Fixa também é melhor opção quando comparado aos imóveis
No curto prazo, ninguém saberá o que vai acontecer com o valor de um imóvel, mas, no longo prazo, é seguro afirmar que ele vai acompanhar, no mínimo, a inflação. Longo prazo, aqui, equivale a um tempo de 2 décadas ou mais. Ou seja, ele mantém o seu poder de compra. Já na Renda Fixa, como visto acima, existem inúmeras possibilidades de investimentos, seja pela rentabilidade ou pelo tempo de investimento.
Essa talvez seja a maior diferença entre investir em um imóvel, e ficar esperando a valorização dele, e investir em Renda Fixa, normalmente, com liquidez diária. Mas, colocando os pingos nos “is”, fica claro que é muito complicado fazer esse tipo de comparação.
Agora, acompanhando o mercado, é possível ver uma migração de investimentos, de pessoas que deixaram os imóveis de lado e aplicaram o dinheiro na Renda Fixa. Isso não é loucura. Cada vez mais, os especialistas confirmam a teoria de que os imóveis estão se acomodando. Inclusive, em recente Índice FipeZap, 15 cidades teve queda real nos preços dos imóveis, ou seja, a inflação foi maior. Assustador, não?
Para quem já tem um imóvel e está pensando em investir, a alternativa é comprar ações ou fundos ou rendas fixas. Já que a moradia própria já está garantida. Já para aqueles que pensam em vender o imóvel que usa como moradia para investir, a questão é diferente. É preciso reflexão, mas a dica dos especialistas é: se o imóvel é visto mais pela função de moradia do que pela função financeira, não vale a pena trocá-lo pelas aplicações financeiras.
Nesse caso, recomenda-se que se inicie um investimento com uma pequena porcentagem do salário: apenas 10%. Já conhece essa regra? Leia!
Comprar Casa é para Otário! Será mesmo?
Vamos imaginar, então, um financiamento de uma casa de 300 mil reais. Então são 3 mil reais por mês. Se você vai alugar ao invés de financiar, pensa comigo, se você está disposto a financiar um imóvel de 300 mil, a conta serve para qualquer valor, você está disposto a pagar 1,5 mil reais e vai te sobrar 1,5 mil reais, você concorda?
O que você faz com esse 1,5 mil reais que sobrar? Você investe! Ao invés de você botar esses 3 mil na parcela do financiamento, você pega 1,5 mil bota no aluguel e os outros 1,5 mil você investe. Um aumento de juros de 1% ao mês, sendo uma Renda Fixa e uma inflação calculada aí em 7% ao ano. Em 14 anos, você consegue juntar os 300 mil, aí você vai lá e pum! Compra o imóvel à vista, mesmo morando de aluguel.
As pessoas falam assim “Trovo, mas se eu morar de aluguel não vai sobrar dinheiro”.
Sobra sim! Sobra metade do valor do aluguel porque o financiamento é 1% do valor do imóvel e o aluguel e 0,5%. O problema é que você vai ter que pegar os mesmos 3 mil que você gastaria no financiamento e investe 1,5 mil e os outros 1,5 mil paga o aluguel. E, ao final de 14 ou 15 anos, você vai ter os mesmos 300 mil e vai conseguir comprar o imóvel à vista, mesmo pagando aluguel por 14 anos.
Com informações do o Globo, Exame e Infomoney