Selic Baixa – veja porque as taxas dos fundos ficam mais caras

As taxas é um dos custos que o investidor de um fundo de investimento tem. Além dele, existe a tributação, os impostos. A gente tem um artigo para citar os custos de se investir em fundos. Relembre. Hoje, vamos falar como as taxas dos fundos ficam mais caras com a Selic baixa.

Entre as taxas, a gente vai considerar especialmente a de administração, que geralmente é cobrada nos fundos. Afinal, o gestor que faz todo o trabalho de selecionar os ativos, tem direito a receber pelo seu serviço prestado. Claro que não é bem assim, mas você entendeu.

Um primeiro importante é saber que todo especialista em finanças e todo grande investidor avalia que os fundos de renda fixa não devem ter taxas de administração acima dos 0,5% para valer a pena para o investidor. Além disso, fundos gerais não devem ter mais do que 1%.

Mas, claro, essa não é uma regra e sim um comentário pessoal de cada especialista. Até mesmo porque se a gente considerar os fundos de ações (FIA), a gente vai ver que eles passam, facilmente, dos 2% de taxa. Agora, vamos focar nos fundos de renda fixa, ok?

A taxa de administração e a Selic

A relação entre esses dois termos não é nada complicada. Primeiro que a taxa de administração é um gasto enquanto que a Selic pode dar ideia da rentabilidade do fundo. Logo, se a taxa é alta e a Selic baixa, obviamente, o investidor lucra menos.

O motivo é simples: a taxa de administração acaba corroendo o rendimento.

Ainda sobre a taxa, ela é cobrada com a justificativa não apenas da alocação dos ativos, que é feita pelo gestor, mas também da análise do setor, do cenário, etc. De modo geral, ela é cobrada de forma anual e incide sobre o total investidor (aplicação e mais rendimento).

É por isso que muita gente tem dito que com a Selic em 2%, os fundos com taxas acima de 0,50% não são mais compensadores. Afinal, estamos em busca de algum lucro razoável, não é mesmo? Então, no caso da renda fixa, vale esse pensamento.

A importância da taxa

Para entender mais do porque as taxas dos fundos ficam mais caras com a Selic em queda, vamos usar aqui alguns comentários desses profissionais da área e também alguns conceitos que são importantes.

Primeiro que a taxa administrativa é sim importante. Isso porque ela pode significar que um fundo tenha uma boa equipe para conseguir bons retornos ao longo do tempo. Isso vale muito a pena em fundos multimercado e de ações.

No entanto, no fundo de renda fixa também se espera que haja esse retorno no longo prazo. Por isso, nenhum gestor ou fundo tem que achar ou considerar que a taxa de administração é para deixar a empresa rica. Não é essa a ideia, segundo os especialistas.

Os fundos de renda fixa

Mais focados nos fundos de renda fixa, saiba que conforme a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), há um grande “apetite” pelos fundos de renda variável, como de ações. Porém, a maioria dos recursos está nos fundos conservadores.

Sendo assim, o patrimônio líquido total dos fundos de renda fixa no Brasil passou dos R$ 2 trilhões até o meio deste ano. Isso dá uma queda de 1,1% para o mesmo mês do ano passado. Porém, ainda significa mais de 43% do total dos fundos.

Já quanto a rentabilidade desses fundos caiu pela metade, conforme a Anbima. O motivo você já sabe: o cenário, a crise, o coronavírus.

A boa notícia é que passados alguns meses, uma boa parte desses fundos já se recuperaram. E uma próxima boa notícia é saber que agora os investidores estarão mais atentos para escolher melhor os fundos que vão compor a carteira de ativos deles.

Outras taxas

“A taxa de administração é importante, mas não o único fator”, conta Marcelo Giufrida, da Garde Asset. E o especialista fala isso ao dizer que quanto maior for a equipe de gestão de um fundo, mais alta será a taxa cobrada.

taxas dos fundos ficam mais caras

E tem mais: ele também cita a taxa de performance, que é cobrada especialmente nos FIAs. Apesar de parecer um custo a ser evitado, ele avalia que isso pode fazer com que o fundo busque, realmente, um rendimento acima do seu benchmark.

No caso dos fundos de ações, esse índice é feito pelo Ibovespa. Mas, no caso das rendas fixas, a gente mede esse resultado pelo CDI ou pela Selic. Assim, novamente, temos a importância de falar que as taxas dos fundos ficam mais caras com a Selic baixa. Entendeu?

Outros fundos

Com a baixa da Selic e sendo um fundo de renda fixa focado no resultado próximo do CDI, o que a gente viu no mercado recentemente foram pessoas buscando, cada vez, os outros fundos, como de ações e multimercados.

Por exemplo, conforme a Anbima, o patrimônio dos fundos de ações subiu 31% em julho e o de multimercados subiu 17% no mesmo mês pesquisado e comparado com o de 2019. No entanto, diferente na renda fixa, a rentabilidade não ficou negativa.

Vale a pena? Agora, se você está pensando em migrar de um fundo para outro, do menos arriscado para o mais arriscado, saiba que a recomendação é saber se você tem perfil para isso e as suas condições atuais.

“É preciso entender qual é o nível de risco e a volatilidade que o investidor aceita para isso. Afinal, ele pode perder dinheiro em uma primeira chacoalhada do mercado”, acentua a Maria Mosca, da Sulámerica Investimentos.

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