E a Economia do Brasil em 2017? Será Que Temos Mais Ricos Ou Mais Endividados?

O Brasil passou 2016 no negativo. Pelo menos, foi assim para a maior parte das pessoas. A economia nacional também não foi muito bem. Quanto à recuperação em 2017, as esperanças são as melhores, porém não é o que tem mostrado os primeiros resultados do ano.

Este artigo é para traçar uma visão geral sobre o que era esperado para o ano e o que, de fato, tem acontecido. Confira e descubra como isso pode influenciar, positiva ou negativamente, nos seus investimentos financeiros.

Expectativa para 2017

Mesmo antes de terminar o ano de 2016, os especialistas já confirmavam as expectativas para este ano. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, o Produto Interno Bruto, após ter o maior tombo dos últimos 25 anos em 2015, tinha uma expectativa de voltar a crescer em 2017.

Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, disse que existia uma possibilidade de crescimento fraco. “A gente não identifica um motor de crescimento se materializando rapidamente para o ano que vem”, disse em entrevista ao G1. “Mesmo que os números sejam muitos fracos, o sentimento tende a ser melhor”.

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Para o professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EESP), Rogério Mori, a economia não iria melhorar muito. Estagnada foi a palavra usada por ele.

“Vamos ter crescimento zero em 2017 porque o consumo das famílias não dá sinais de melhora e deve continuar fraco. Além disso, o governo não terá muito espaço para gastar no ano que vem, devido ao ajuste fiscal. Não sabemos exatamente quando a economia vai se recuperar”.

Por fim, e do outro lado do otimismo, ficou o economista Miguel Daoud, que previu números negativos. “O Brasil vai ter queda entre 1 e 2% do PIB”, ele analisou.

“O grande problema é que nós vamos ter é a questão fiscal dos estados, munícipios e a própria União. Isso vai gerar uma pressão social muito grande. O endividamento das pessoas, apesar de não crescer, ainda preocupa”, finalizou ele.

https://youtu.be/mjgTFj_4MjM

Realidade em 2017

“O endividamento das pessoas, apesar de não crescer, ainda preocupa”. Essa foi a frase final do tópico acima e não temos como começar esse outro tópico de outra forma: observando que Daoud acertou, na mosca!

Veja essa manchete publicada pelo Jornal Hoje, no começo de março:

“Quase 60 milhões de brasileiros não pagam as dívidas em dia, diz pesquisa”. E a notícia é complementada pela seguinte linha fina: “Esse é o pior número para janeiro desde 2012. Porém, os economistas acreditam que no próximo ano, o número vai diminuir”.

Ainda conforme a matéria, as dívidas atrasadas desses consumidores chegavam à mais de 270 bilhões de reais. E entre as principais causas estava o desemprego, associado à inflação alta. Para se ter uma ideia, em 2013, o percentual de pessoas com nomes sujos era 18% menor.

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“A situação deve ajudar nessa redução: aceleramento do desemprego, maior renda, menor inflação, tudo isso colabora para que a gente tenha um menor número de inadimplentes no próximo ano. É isso que a gente gostaria de ver”, afirma Vander Nagata, economista do Serasa.

Sobre as Famílias Endividadas

Esse número de 60 milhões de endividados representa um aumento de 31% comparado ao ano passado. A pesquisa também considerou as famílias que não se consideram endividadas em um percentual de 27%, seguida pelos endividados (22%) e os mais endividados (19%).

Por sinal, a pesquisa foi feita pelo Pulso Brasil, encomendada pelo Instituto Ipsos Public Affairs, do Departamento de Pesquisas Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A pesquisa levou em conta tudo o que as famílias pagaram no período, como as contas domésticas, os cheques especiais e o cartão de créditos. Esses dois últimos considerados os maiores vilões do orçamento financeiro doméstico e familiar. A pesquisa tem uma margem de erro de 3 pontos e ouviu mais de 1,2 mil pessoas de 72 municípios do país.

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Sobre As Principais Dívidas

Ainda conforme informações da pesquisa, cerca de 66% dos entrevistados disseram que não tem dívidas com bancos, mas para os que têm, a maior parte (12% do total) diz que, mesmo que com as dificuldades, consegue pagar tudo no prazo.

As contas de serviços básicos e domésticos, como luz, telefone, aluguel e mensalidade de planos de saúde foram consideradas as mais difíceis de pagar, conforme 54% dos entrevistados. Outra parte, 32%, afirmaram que sentem dificuldades em pagar, mas apenas 10% afirmaram ter deixado de pagar.

No entanto, o cenário ainda é de otimismo já que quase 70% dos entrevistados afirmaram que não se consideram ficar inadimplentes. Por outro lado, 32% deixaram de quitar os compromissos.

Entre as prioridades para os que cogitam ficar inadimplentes, 49% conseguem deixar de pagar primeiro as contas de serviços, como luz, água e telefone. Depois, 24% deixariam em aberto as parcelas com compras de eletrodomésticos, eletrônicos, telefonia e informática. Depois, os pagamentos com bancos, que tiveram 20% das respostas e o IPTU/IPVA teve 17%.

Uma das análises da pesquisa é que, considerando a situação financeira das pessoas, 48% das famílias brasileiras não têm condições, nem possibilidades, de assumir uma nova dívida em 2017. Outra parte menor, de 25%, têm menos chances ainda. A constatação é feita para todas as classes econômicas ouvidas.

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Brasileiros querem Economizar mais Dinheiro em 2017

A informação é de um novo estudo feito pela Kantar TNS, que analisou o perfil dos consumidores brasileiros adeptos do e-commerce. Assim, entre 8 e 10 brasileiros afirmam que querem salvar mais o dinheiro neste ano. E metade dos entrevistados disse que estão preocupados com o futuro.

Veja as principais metas de consumo para 2017, conforme essa pesquisa:

  • 72% querem aumentar a renda,
  • 65% querem guardar mais dinheiro,
  • 44% deseja comprar uma casa ou trocar a casa,
  • 39% deseja comprar um carro ou trocar o carro.

O cenário é ótimo, porém os resultados ainda não comprovam o sentimento.

“Brasileiro ainda não consegue poupar dinheiro em 2017”

Essa é a manchete atual, de abril deste ano, estampada em vários jornais nacionais. O Indicador de Reserva Financeira, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Alguns resultados desse indicador foram:

  • 20% dos consumidores guardaram alguma quantia em fevereiro,
  • Entre as classes A e B a proporção foi de 34%,
  • Nas classes C, D e E, esse número foi bem menor, de 16%.
Reprodução: Google

Em média, quem conseguiu poupar teve uma economia de 414 reais em fevereiro, sendo que os consumidores das classes A e B, em média, 588 reais enquanto as classes C, D e E pouparam 323 reais.

Entre os principais motivos de quem não conseguiu poupar estão: baixa renda (46%), imprevistos (13%), não ter renda (13%), não conseguir controlar os gastos (8%), falta de disciplina (7%) e preferir aproveitar o presente (4%).

Já do lado de quem conseguiu poupar dinheiro, os principais motivos foram: medo de imprevistos (33%), garantir um futuro melhor para a família (28%), reservar dinheiro para o caso de desemprego (26%), realizar um sonho de consumo (24%) ou o desejo de reformar a casa (20%).

Sobre os Investimentos em 2017

2017 é, sem dúvidas, um ano peculiar e com características que precisam ser bem observadas. Para fazer um investimento da forma certa, é preciso analisar o mercado. Sendo que, mesmo com o cenário de queda da taxa Selic, as diversas aplicações em Renda Fixa continuam sendo um bom negócio, principalmente os títulos públicos.

https://youtu.be/Gr_6uaxVRGA

Se a perspectiva é de melhoras, então as empresas devem se recuperar, o que torna o ambiente propício ao investimento de ações na Bolsa de Valores.

Por fim, vale pensar que 2017 tem tudo para iniciar o movimento de recuperação da economia, mesmo com os reflexos da recessão sejam grandes. Com otimismo, é fundamental ter um bom planejamento financeiro a fim de minimizar os efeitos da crise no bolso.

Com informações da agenciabrasil, G1

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