O que são CRIs e CRAs? Veja como calcular a rentabilidade desse ativo

No mundo dos investimentos financeiros existem muitos termos para se aprender a cada dia. E, entre eles, muitas siglas também. Algumas são bem parecidas, mas com significados diferentes. Abaixo, você vai aprender sobre o que são CRIs e CRAs.

De forma geral, ambas siglas são títulos da renda fixa. Portanto, entende-se que são ativos seguros e ótimos para investidores iniciantes? Nem sempre. Essas aplicações foram criadas para gerar recursos para um tipo de seguimento especifico, sendo imóveis e agronegócio.

É mais ou menos como funcionam as letras de crédito, LCI e LCA. Porém, são títulos com características bem diferentes. Abaixo, vamos explicar a diferença. Mas, começamos por falar do que são CRIs e CRAs. Acompanhe.

O que são CRI e CRA?

CRI significa Certificado de Recebíveis de Imobiliários. Já o CRA quer dizer Certificado de Recebíveis Agrícolas. Na teoria, essa é a tradução das siglas. Mas, o que isso quer dizer? Vamos ver como funcionam na prática.

Quando se aplica seu dinheiro em algum desses certificados, o investidor irá financiar empresas ligadas a área de imóveis e do agronegócio, como um todo. Isso quer dizer que o investidor está no pagamento de juros dos financiamentos nos setores citados.

Dessa forma, você, enquanto investidor, receberá uma quantia do emissor do título, além do capital aplicado, podendo ser de forma periódica ou no momento do vencimento do documento. É como qualquer investimento, onde você recebe os juros pelo empréstimo.

Só que no caso desses certificados, fique sabendo que a empresa responsável por emitir o crédito para aquele empreendimento imobiliário ou para algum voltado a agricultura irá usar esses certificados de recebíveis para que seja possível fazer adiantamento dos recebimentos.

As particularidades dos Certificados de Recebíveis

Um dos pontos mais importantes é entender que somente as companhias securitizadoras, ou seja, instituições que não são financeiras podem emitir esse tipo de título. Por isso, eles são tão “específicos” no mercado de investimentos.

O lado ruim é que isso faz com que o FGC (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) não seja responsável pela garantia desses certificados. Mas, tem um lado bom: como são lastreados por empresas ligadas a imóveis e ao agronegócio, eles se tornam menos arriscados do que parece.

Agora, como regra geral saiba que esse tipo de investimento não é recomendado para pessoas que estão procurando retorno rápido. Afinal de contas, os seus investimentos variam entre o médio e o longo prazo, ou seja, o vencimento deles começa após os 3 anos de aplicação.

Sendo assim, as pessoas que fazem parte do perfil moderado são as mais indicadas para esse tipo de ação. Essa também é uma opção interessante para investidores qualificados. Logo, apesar de ser de renda fixa não é o mais recomendável para os iniciantes.

O risco das CRIs e das CRAs

A gente não aconselha esse tipo de aplicação para os mais iniciantes porque existe um risco ligado a elas. E ele é o de só existe a possibilidade de resgate no prazo final.

Assim sendo, como você vai ficar sem poder mexer naquele recurso por pelo menos 3 anos, a nossa sugestão é que tenha uma boa reserva de emergência antes de aplicar seu dinheiro em certificados ou tenha certeza que terá esse tempo de espera.

As diferenças para a LCI e a LCA

Assim como as siglas são parecidas e os propósitos dos investimentos também, é importante entender que existem diferenças entre as letras de crédito e os recebíveis de crédito.

As LCIs, Letras de Crédito Imobiliário e LCAs, Letras de Crédito do Agronegócio, também aplicam nos mesmos setores especificados para CRI a CRA, respectivamente.

O que muda efetivamente são as empresas que fazem a emissão desses títulos. Bancos e financeiras são os responsáveis pelas LCIs e LCAs. A CRI e CRA, como já dissemos, são de responsabilidade de securitizadoras.

As Letras também são isentas do imposto renda, mas diferente dos certificados, são submetidos a IOF (para quem aplica por menos do que 30 dias). Entretanto, as LCIs e LCAs possuem a vantagem de serem protegidas pelo FGC.

Qual é a rentabilidade oferecida pelos certificados

Para entender melhor sobre a rentabilidade dos certificados, agora que você já sabe o que são CRIs e CRAs, considere que existem 3 tipos diferentes que podem ser comprados atualmente no mercado nacional: pós-fixados, prefixados e híbridos.

PÓS-FIXADO – o rendimento estará ligado ao CDI. Isso quer dizer que a liquidez será expressa a partir de um percentual advindo desse indexador, que segue a taxa Selic.

PREFIXADO – é uma opção melhor para quem está em busca de um retorno fixo, no qual já saberá exatamente quanto ganhará no momento que fizer sua aplicação. Mesmo que aconteça mudança nos indicadores, como na Selic, não vai ter alteração no rendimento.

HÍBRIDOS – eles também podem ser atrelados à inflação. Assim sendo, como é de se imaginar, eles unem os dois modelos anteriores, pós-fixado e o prefixado.

Isso quer dizer que terá um valor base por conta da sua aplicação. Entretanto, para que o valor seja finalizado no dia do seu resgate, ele será submetido a algum índice econômico, o mais comum nesse caso é o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo).

Os cuidados

Como já falamos, o risco é de não poder retirar os recursos antes do tempo. Logo, esse investimento pode ser submetido a uma perda de liquidez. O motivo disso pode ser o fato desses investimentos terem prazo de resgate somente no vencimento.

O que são CRIs e CRAs

Por isso, você pode ter que pagar uma taxa de resgate. Existe também o risco de alguém, que fez o financiamento de uma casa, com parte no CRI, não quitar uma parcela, por exemplo. E isso pode culminar em prejuízo. Mas, não é algo comum de acontecer.

Logo, a dica é saber que a melhor forma de se precaver é analisando o rating da empresa e diversificando sua carteira de investimentos com outros ativos.

Não há posts para exibir